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Assassinato de Marielle Franco gerou onda de fake news; confira 7 boatos

Após o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, a internet não parou de criar histórias sobre a tragédia. Separamos sete delas para você não cair nas mentiras.

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) na noite de quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, repercutiu nas redes sociais e levou manifestantes às ruas de mais de dez cidades brasileiras para protestar contra a morte da parlamentar. Agora, depois da comoção e das reações ao assassinato da vereadora, surgiram críticas a cobertura “excessiva” e ataques de correntes políticas que procuram, de certa forma, culpar Marielle e sua opção política pelo crime.

A tragédia movimentou o debate sobre a segurança pública, deixou algumas pessoas convictas de que o crime foi político e também se tornou pauta para os mais variados tipos de boatos (que chegaram a enganar uma desembargadora e um deputado). Diante de tantas versões sobre a tragédia, separamos sete fake news envolvendo Marielle.

1 – Marielle foi casada com o traficante Marcinho VP

Assim que a notícia do assassinato da vereadora se espalhou pela internet, também começou a circular uma lista de “defeitos” da parlamentar. Um dos textos apontava que Marielle era ex-mulher do traficante Marcinho VP e que engravidou dele aos 16 anos.

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Apesar da quantidade de gente que saiu espalhando isso por aí, a história não procedia, principalmente porque não existe qualquer referência em fonte confiável que endosse a informação e também o fato de que Marielle foi mãe aos 19 anos e não aos 16, como aponta a mensagem. Ou seja, é balela. Leia mais sobre o boato aqui.

2 – Agora tem fotos dela com o traficante

Dizer que Marielle era ex-mulher do traficante Marcinho VP e que engravidou dele aos 16 anos não foi suficiente para as mentes brilhantes da internet. Digo isso porque mesmo desmentindo a história as pessoas seguem procurando evidências da relação na internet. Desta vez, uma foto seria a prova da relação entre a vereadora e o traficante. Mais uma vez, a história não passava de #boato. Leia mais sobre o boato aqui.

3 – Vereadora foi eleita pelo Comando Vermelho

Essa história se espalhou dentro de uma “lista de informações” (falsas) sobre Marielle. O texto, intitulado “Quem era Marielle”, dizia que ela engravidou aos 16 anos, era ex-mulher de traficante, usuária de maconha e que foi eleita pelo Comando Vermelho. A coisa não parou por aí. Um áudio compartilhado no WhatsApp também acusava a vereadora de ser comprometida com a facção criminosa.

É obvio que nada disso procedia e a história não passava de mais uma invenção das mentes brilhantes da internet. Primeiro porque, segundo uma fonte ouvida pelo Boatos.org, Marielle nunca teve relação com o tráfico de drogas na Maré e, segundo, porque nas eleições a maioria dos votos dela não vieram das comunidades e sim da Zona Sul do Rio. Leia mais sobre o boato aqui.

4 – Vídeo mostra Marielle “defendendo bandido”

E três dias após o assassinato de Marielle, um vídeo onde a vereadora aparece “defendendo bandidos” começou a circular na internet. No vídeo, a vereadora teria pedido um minuto de silêncio, durante uma sessão na Câmara de Vereadores, em homenagem às vítimas de uma chacina que ocorreu na comunidade do Salgueiro no Rio de Janeiro. As imagens também mostram Marielle discutindo com o vereador Carlos Jordy. Tudo mentira porque a mulher que aparece na gravação não é Marielle Franco. Leia mais sobre o boato aqui. 

5 – Pastor denunciou morte de médica

Entre as críticas da cobertura “excessiva” e da comoção seletiva no caso da vereadora Marielle Franco, está o suposto texto do pastor Cláudio Duarte. A mensagem critica a atenção dada pela mídia à morte da vereadora comparando com o caso do assassinato de “ontem” da médica Gisele Palhares Gouveia.

Bom, existem dois problemas na história: a médica Gisele Palhares Gouveia não foi assassinada ontem e o pastor Cláudio Duarte nunca publicou informações a respeito do caso. Ou seja, mais uma notícia falsa sobre o assunto. Leia mais sobre o boato aqui.

6 – Até o antropólogo atacou Marielle

Os boatos envolvendo o assassinato de Marielle foram tantos que nem deu tempo de se recuperar de uma balela para ir para outra. Mal desmentimos a história da denúncia do pastor sobre a morte da médica e lá estava outra história com mais um personagem: o antropólogo Sandro Silva.

A história dava conta de um depoimento do antropólogo, sociólogo e defensor dos direitos humanos Sandro Silva. O texto era uma crítica a vereadora, suas atitudes, ao “ultra esquerdismo” e os bandidos. Claro que nada disso era real, afinal, o próprio antropólogo negou a autoria do texto. Leia mais sobre o boato aqui.

7 – Achamos o culpado

Depois de todas as histórias que apareceram na internet sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco, o que podemos dizer é que há uma tentativa de se atribuir o crime a alguém. Em alguns casos, ao Comando Vermelho. Em outros, a “funcionários demitidos” e a polícia. Por enquanto, o que sabemos é que a pior coisa a se fazer é atribuir culpados sem provas. Há uma investigação em curso e qualquer especulação que esteja fora da investigação oficial não passa de boato.

Nos últimos dias, a equipe do Boatos.org esteve dedicada a desmentir os boatos sobre o assassinato da vereadora. Esperamos que as investigações indiquem o culpado pela morte de Marielle Franco. Até lá, seguimos desmentindo os boatos. Por hora, encerramos a lista e, reiteramos nosso pesar. Em tempo, nosso respeito e consideração pela sua história e luta. Marielle, presente!