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MST está se preparando para invadir fazendas em Blumenau (SC), mostra foto #boato

MST está se preparando para invadir fazendas em Blumenau (SC), mostra foto (Foto: Reprodução/FacebooK)

Boato – Fotos mostram acampamento do MST, em Blumenau (SC), que vai invadir fazendas na cidade, caso PT vença as eleições.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem sido bastante citado nos últimos dias. No próprio debate entre os candidatos ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas tentou criar uma narrativa do MST em um futuro governo de Fernando Haddad.

Já no dia 24 de outubro de 2022, um apartamento com a bandeira do MST foi alvo de tiros, em Curitiba (PR). E se isso não bastasse, histórias falsas também têm usado o nome do MST para causar pânico e desinformar.

Exemplo disso é a história de hoje. De acordo com uma publicação que está sendo compartilhada nas redes sociais, o MST estaria pronto para invadir fazendas, em Blumenau (SC). De acordo com a publicação, a prova seriam fotos de um acampamento do MST, que estaria ao lado do Exército, em Blumenau (SC). Confira:

Versão 1: “Militantes do MST estão ocupando terras em Blumenau, ao lado do campo de treinamento do Exército, para começar uma série de invasões caso o PT vença as eleições?”. Versão 2: “MST acampado p invadir fazendas em Blumenau”.

MST está se preparando para invadir fazendas em Blumenau (SC), mostra foto?

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A informação viralizou nas redes sociais, em especial, no Twitter e deixou muitos cidadãos “de bem” revoltados. Apesar disso, a história não tem um pingo de verdade. A explicação está na origem das fotos e na falta de provas.

Não é de hoje que o nome do MST é envolvido em histórias falsas pela internet. A equipe do Boatos.org já desmentiu inúmeras delas, como a que dizia que o MST estaria se preparando para invadir casas de veraneio, em Itapema (SC). Também a que indicava que o MST estaria bloqueando a transposição do rio São Francisco para faltar água para os nordestinos e, por fim, a que apontava que o MST teria colocado fogo em carros de padre da paróquia de Eldorado dos Carajás (PA).

Além disso, uma rápida olhada na mensagem mostra que ela apresenta as principais características de fake news na internet, como o caráter extremamente alarmista, a falta de provas e a ausência de notícias sobre o assunto em veículos de comunicação confiáveis.

Ao procurar por mais informações na internet, nada encontramos sobre o assunto. Na verdade, descobrimos que o próprio Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desmentiu a informação. De acordo com eles, o MST não organizou nenhum tipo de ocupação em Blumenau (SC) e muito menos em nenhum município do Vale do Itajaí atualmente.

Se isso não bastasse, a Prefeitura de Blumenau (SC) também emitiu um comunicado onde desmente a história. Segundo a nota, de fato, havia uma ocupação irregular no local, mas se tratavam de famílias indígenas, compostas por dois homens, cinco mulheres e nove crianças.

Por fim, o colunista da NSC, em Blumenau (SC), Evandro de Assis destacou que uma das fotos utilizadas na história é antiga e não tem nenhuma relação com o estado de Santa Catarina. Na verdade, a imagem foi retirada de uma reportagem do G1 sobre uma ocupação do MST, na região de Planaltina, no Distrito Federal, em maio de 2022.

Já a outra foto foi retirada de uma reportagem da rádio Sintonia FM, do Alto Vale do Itajaí, sobre uma ocupação do MST, na Serra do Mirador, em Rio do Campo (SC), em março de 2018. Na oportunidade, um grupo de 30 pessoas havia ocupado uma área de 80 hectares, de uma empresa local, que estava desocupada.

Em resumo: a história que diz que o MST está montando acampamento, em Blumenau (SC), para invadir fazendas, caso o PT vença as eleições é falsa! As imagens usadas como prova foram retiradas de outras matérias, em março de 2018 e maio de 2022. Uma das fotos sequer é de SC, mas sim do Distrito Federal. Além disso, o próprio MST e a Prefeitura de Blumenau (SC) desmentiram a informação. A Prefeitura informou que havia uma ocupação irregular no local mencionado, mas tratava-se de duas famílias indígenas (dois homens, cinco mulheres e nove crianças) que já deixaram o lugar. Ou seja, a história não passa de balela!

Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo siteFacebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.

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