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Esperma de vacinados com vacinas mRNA foi substituído por proteínas spike #boato

Esperma de vacinados com vacinas mRNA foi substituído por proteínas spike, diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – Doutor prova que vacinas do tipo mRNA contra a Covid-19 substituíram o esperma dos homens por proteínas spike.

A pandemia da Covid-19 causou muita dor e sofrimento ao redor de todo o mundo. Só no Brasil, são quase 700 mil vítimas pela doença. Em 2022, a Covid-19 foi a 7ª causa de morte mais comum no Brasil, ficando à frente, inclusive, de alguns tipos de câncer e do número de homicídios no país.

Com o objetivo de reduzir esses números e aumentar ainda mais a proteção contra a doença, a empresa Pfizer desenvolveu a vacina bivalente. O imunizante protege contra a cepa original da Covid-19 e também contra a variante ômicron.

Mas de acordo com uma história que está sendo compartilhada nas redes sociais, as vacinas do tipo mRNA contra a Covid-19 estariam causando problemas nos homens. Segundo uma publicação, o esperma dos homens vacinados com imunizantes do tipo mRNA teria sido substituído por proteínas spike. Ainda segundo a história, a informação teria sido descoberta pelo doutor Arne Burkhardt. Confira:

Vídeo: É falso que vacina da gripe tenha "vírus do câncer"

“Atenção homens vacinados com vacinas mRNA (Pfizer, Moderna) Arne Burkhardt confirma que o esperma foi quase totalmente substituído por proteínas spike”.

Esperma de vacinados com vacinas mRNA foi substituído por proteínas spike?

A informação viralizou nas redes sociais, em especial, no Twitter e agitou grupos antivacina e negacionistas. Entretanto, a informação divulgada não é verdadeira. A explicação está na origem da história e nos inúneros conteúdos antivacina que seguem circulando na internet.

Não é de hoje que histórias falsas falando sobre supostos efeitos colaterais das vacinas contra a Covid-19 são compartilhadas por aí. A equipe do Boatos.org já desmentiu inúmeras delas, como a que dizia que Lucas Leiva teve problema cardíaco por causa da vacina contra Covid-19. Também a que indicava que a vacina contra Covid-19 liberava fibrinas no sangue e, por fim, a que apontava que todos que tomaram a vacina bivalente estariam passando mal em hospitais.

Assim como nas histórias já desmentidas por aqui, a história de hoje é apenas mais um conteúdo que serve apenas para engajar teorias conspiratórias e enganar os mais desavisados.

A história não tem lá muita lógica, porque as vacinas do tipo mRNA não funcionam dessa forma. Assim como já explicamos por aqui, as vacinas mRNA ensinam o organismo humano a fabricar a proteína S do SARS-CoV-2. A proteína é responsável por ligar o vírus às células humanas. A partir desse processo, o sistema de defesa aprende a defender contra a Covid-19. Dessa forma, quando o vírus entrar em contato com a pessoa vacinada, o organismo dessa pessoa vai lembrar como neutralizá-lo. E assim como todas as outras vacinas contra a doença, a imunidade dura um determinado tempo. Isso quer dizer que a proteína spike não ficará para sempre no organismo.

Se isso não bastasse, a fonte da informação é apenas mais uma profissional negacionista. Além disso, a mesma história já foi desmentida em sites de checagem nos Estados Unidos. De acordo com o site PolitiFact, é biologicamente impossível passar os efeitos colaterais ou componentes da vacina mRNA para outras pessoas. Isso só poderia acontecer quando a vacina utiliza a tecnologia de uma versão enfraquecida viva do vírus. E segundo o site, não existem vacinas de vírus vivos para a Covid-19. O PolitiFact também destacou que as vacinas não causam problemas de fertilidade (nem em homens, nem em mulheres).

Por fim, existe um detalhe bastante importante em uma das publicações que ajudaram a divulgar a desinformação. No texto, a pessoa afirma que a vacina AstraZeneca é do tipo mRNA, o que não é verdade.

Em resumo: a história que diz que o esperma dos homens vacinados com imunizantes do tipo mRNA foi substituído pela proteína spike é falsa! A história surgiu a partir da fala de um profissional negacionista e foi compartilhada por grupos antivacina. Na realidade, trata-se de mais um conteúdo que tem apenas o objetivo de causar pânico. É biologicamente impossível que uma pessoa imunizada com uma vacina do tipo mRNA transfira componentes da vacina ou seus efeitos para outra pessoa. Atualmente, apenas uma vacina com o vírus vivo e enfraquecido poderia causar algo do tipo. Porém, não existem vacinas desse tipo contra a Covid-19.

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61) 9275-5610

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