Boato – Pessoas com HIV estariam se passando por estudantes de enfermagem e visitando casas para medir a taxa de glicose da população com o objetivo de transmitir o vírus da Aids. O alerta teria sido feito pela Polícia Militar e pela Vigilância Sanitária, e os indivíduos estariam a mando da “Baleia Azul”.
Análise
Uma das correntes mais clássicas e absurdas da internet voltou a circular com força no WhatsApp em 2025. A mensagem, recheada de erros ortográficos, afirma que grupos de pessoas vestidas de branco estariam indo de casa em casa para medir a glicose da população. A alegação é de que essas pessoas são “aidéticas” e estariam, a mando da suposta “Baleia Azul”, transmitindo o vírus da Aids por meio de agulhas adulteradas.
O conteúdo da corrente diz ainda que a Polícia Militar e a Vigilância Sanitária teriam emitido alertas oficiais sobre esse risco. Veja a mensagem que circula no aplicativo de mensagens e em outros locais:
ALERTA Pessoas vestidas de branco vão passar de casa em casa para medir a taxa Glicemica dos moradores. Não deixem! É um grupo de aidéticos para transmitir o virus. A mando da baleia azul. Compartilhem! O Alerta foi feito hoje pela Polícia Militar. Segue a mensagem:
“Amigos e populares, a Vigilância Sanitária e a PM acabam de informar que um grupo de aidéticos está em várias cidades abordando as pessoas para que elas façam a medição da glicose, Se você for abordado, DENUNCIE | Ligue 190 | Este suposto teste está passando o virus HIV… Obs: Eles estão se passando por um grupo de enfermeiros estudantes. CUIDADOI É muito seriol Vamos espalhar para outros grupos…
Checagem
Apesar de a história ter sido amplamente compartilhada em grupos de WhatsApp e gerado medo e confusão entre a população, O conteúdo dessa corrente é totalmente infundado e já foi desmentido em diversas ocasiões nos últimos anos. Para esclarecer a situação, vamos responder às seguintes perguntas: 1) Pessoas vestidas de branco estão transmitindo vírus da aids ao fingir medir taxa glicêmica a mando da baleia azul? 2) A Polícia Militar e a Vigilância Sanitária emitiram tal alerta? 3) Quais foram as outras vezes que a história circulou?
Pessoas vestidas de branco estão transmitindo vírus da aids ao fingir medir taxa glicêmica a mando da baleia azul?
Não. A mensagem é uma fake news antiga e completamente sem fundamento. A ideia de que o HIV poderia ser transmitido intencionalmente em ações domiciliares é absurda e não há nenhum caso confirmado que tenha ocorrido nesses moldes. O uso do termo “aidéticos”, inclusive, é considerado incorreto e estigmatizante. O correto é “pessoa vivendo com HIV” ou “soropositiva”.
A Polícia Militar e a Vigilância Sanitária emitiram tal alerta sobre pessoas vestidas de branco que estão transmitindo vírus da aids ao fingir medir taxa glicêmica a mando da baleia azul?
Não. Nenhum órgão oficial confirmou esse tipo de alerta. Não há registros públicos ou comunicados da Polícia Militar ou da Vigilância Sanitária sobre esse assunto. Pelo contrário, várias prefeituras, como mostra o perfil da Prefeitura de Itabirito e da Prefeitura de Trindade, desmentiram publicamente esse boato.
Quais foram as outras vezes que a história circulou?
Essa corrente já foi desmentida pelo Boatos.org em 2018, 2019 e 2023. Em todas as ocasiões, as mensagens eram quase idênticas, com pequenas variações, como a associação com o fenômeno da “Baleia Azul” — outro tema distorcido e superexplorado pela desinformação. Trata-se de um exemplo clássico de corrente de pânico que se recicla com o passar dos anos.
Conclusão
A história de pessoas com HIV fingindo medir glicose para transmitir o vírus, a mando da Baleia Azul, é falsa. O conteúdo da corrente é antigo, infundado, alarmista e desmentido em diversas ocasiões por veículos de imprensa e órgãos oficiais. Não há registros, alertas ou casos confirmados dessa natureza. A recomendação é não compartilhar esse tipo de boato e denunciar quando possível.
Fake news ❌
Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (link aqui: https://wa.me/556192755610)