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China descarta Coronavac e Anvisa diz que fábrica da Sinovac está fora do padrão #boato

China descarta Coronavac e Anvisa diz que fábrica da Sinovac está fora do padrão, diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – Governo chinês descarta Coronavac e governador João Doria se desespera. Já a Anvisa diz que fábrica da Sinovac está fora do padrão e não aprova a fábrica.

Um ano após o primeiro alerta lançado pelas autoridades chinesas à Organização Mundial de Saúde (OMS), o mundo celebra o início da vacinação contra o vírus que mudou o rumo de 2020. Ao mesmo tempo em que a imunização contra a Covid-19 avança em outros países, as fake news elevam o crescimento da desinformação e de grupos antivacinas. E esse é justamente o caso da história de hoje.

Um vídeo que viralizou nas redes sociais dá conta que a vacina Coronavac fracassou na China e que o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB) está desesperado por causa disso. Na descrição, o texto diz “China descarta o coronavac e Doria entra em desespero”. No vídeo, o sujeito diz que “o governo da China aprovou a primeira vacina contra a Covid-19 de uso geral no país e escolheu a Sinopharm ao invés da Sinovac. Olha só, elevando assim a preocupação do Brasil com essa vacina que vem sendo desenvolvido aí pelo Instituto Butantan. O que aconteceu? A China optou pela Sinopharm, que revelou ter 79,3% de eficácia em seus estudos clínicos, e a Sinopharm tem 79,34% e foi escolhida”.

Outra publicação aponta que a Anvisa não aprovou a vacina da Sinovac porque a fábrica está fora do padrão. A fonte seria uma notícia que diz “Urgente! Anvisa declara: Sinovac fora dos padrões. Butantan e Doria terão que se explicar.”

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As publicações circularam feito pólvora e movimentaram as discussões sobre o uso da vacina no Brasil e as críticas ao governador João Doria. O que nem todos sabiam é que as histórias, apesar de surgirem de notícias reais, estavam cheias de distorções.

As suspeitas começam pelo teor das mensagens, que atacam a vacina da Sinovac e o governador João Doria. Coincidentemente, a tese de hoje segue o mesmo enredo de boatos que utilizavam como fonte uma matéria do The Washington Post. Um deles afirmava que o jornal havia denunciado um esquema de propina entre o laboratório Sinovac e Doria. Outro indicava que a China não queria a Coronavac. Na época, também surgiram versões envolvendo a rádio Band e a imprensa brasileira.

Assim como no caso do Washington Post, aqui também apareceram diversas distorções. Vamos a cada caso. Pois bem, é verdade que a Sinopharm foi aprovada para uso geral no país. Porém, não é verdade que a Coronavac foi descartada. Isso porque a Coronavac já havia sido aprovada para uso emergencial na China, como mostra essa matéria da CNN Brasil. Na realidade, a vacina desenvolvida pela farmacêutica Sinovac já estava sendo usada desde julho para uso emergencial na China como parte de um programa para vacinar grupos de alto risco, como equipes médicas.

Dito isso, saiba que o imunizante ainda não teve o pedido definitivo porque os resultados da terceira fase da vacina ainda não foram divulgados. De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, a divulgação dos resultados foi adiada porque a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech unificou os dados dos testes feitos no Brasil, na Indonésia e na Turquia, e esse processo pode levar até 15 dias, como explica esta matéria do Metrópoles. Logo, só após esse processo que os resultados da terceira fase, que indicam a taxa de eficácia do imunizante, serão divulgados.

E mais: a história também está sendo compartilhada de forma desatualizada. No dia 10 de dezembro de 2020, a Revista Veja publicou uma matéria sobre a inspeção realizada na fábrica da Sinovac. Na época, a reportagem afirmava que a Anvisa teria apontado uma série de pontos fora dos padrões exigidos no Brasil. De acordo com a revista, as falhas seriam em sua maioria questões menores, mas que precisavam ser corrigidas para que a Coronavac fosse aprovada no Brasil.

Pois bem, no dia 21 de dezembro de 2020, a farmacêutica obteve a aprovação. Segundo o site de notícias G1, a Anvisa concedeu certificação de boas práticas de fabricação à farmacêutica chinesa. O certificado tem validade de dois anos e é um dos pré-requisitos tanto para o processo de registro da vacina no Brasil, quanto para um eventual pedido de autorização para o uso emergencial. Ah, mas e os pontos fora do padrão? Bem, não sabemos quais eram os pontos fora do padrão, mas se haviam, foram corrigidos.

Resumindo: China não descarta Coronavac e Anvisa não disse que fábrica da Sinovac estava fora do padrão. As informações são fruto de notícias reais que foram distorcidas e retiradas de contexto. Mas, no final, tudo não passa de #boato.

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