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Bill Gates diz que vacinas servem para esterilizar, matar e reduzir população mundial #boato

Boato – Vídeo compartilhado na web aponta que Bill Gates diz que vacinas são criadas para esterilizar, matar e reduzir a população mundial.

Não é de hoje que teorias da conspiração circulam por aí. Afinal de contas, quem nunca ouviu falar que o homem nunca foi à Lua e que as mortes de Elvis Presley, Michael Jackson e Osama Bin Laden não foram reais. Acontece que as consequências podem ser desastrosas quando essas teorias são sobre doenças.

Indústrias farmacêuticas pretensiosas, o ebola é uma farsa, aids foi criada para despovoar a população, febre amarela é uma farsa do governo são algumas das teorias que circulam todos os dias por aí. Em comum, essas histórias têm a desconfiança nos métodos de prevenção e controle das doenças.

Pois bem, a teoria da vez, que tem origem em um vídeo compartilhado na web, alerta que Bill Gates disse que vacinas servem para esterilizar, matar e reduzir a população mundial. Nos primeiros minutos do vídeo, o sujeito diz que tem “pouco tempo” (ironicamente, o vídeo tem 20 minutos e muita enrolação) e que precisa “alertar a população”, em seguida, fala em “mosquitos geneticamente modificados” e uso de “mercúrio em vacinas”.

Bill Gates disse que vacinas servem para esterilizar, matar e reduzir população mundial?

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O problema das teorias da conspiração é que a maioria delas ficam aí, na teoria. Ou melhor, no mundo da boataria. Sem rodeios: a informação de que as vacinas servem para esterilizar, matar e reduzir a população mundial não procede. Vamos aos fatos (por partes).

1) Bill Gates revelou que as vacinas têm como objetivo reduzir a população mundial? De acordo com o vídeo, essa façanha seria cumprida de duas formas: matando e esterilizando as pessoas. A “prova” de tudo seria um vídeo no qual Bill Gates teria falado sobre como as vacinas poderiam reduzir a população e o conteúdo desse material, publicado em um site de fake news.

O furo da bala está em uma questão de interpretação. De fato, Bill Gates declarou na entrevista que é preciso pensar na redução do crescimento populacional. Deu notar para notar a diferença entre “diminuição do crescimento populacional” e “diminuição da população”. Vale dizer também que em momento algum Gates falou que as vacinas servem para esterilizar e matar as pessoas. Ao contrário, ele aponta que as vacinas diminuem a mortalidade infantil (argumento que tem certa lógica).

2) Zika foi causado por mosquitos modificados? Seguindo esse pressuposto, o sujeito diz que o Zíka vírus foi causado por mosquitos geneticamente modificados. Ou seja, essa seria uma das ações do plano para reduzir a população já que a doença causa impacto, justamente, em bebês. Acontece que essa tese já foi desmentida no Boatos.org, principalmente porque o Zika não surgiu após a soltura dos aedes aegypti transgênicos na natureza.

3) Mercúrio letal em vacinas? Depois de muito blá blá blá, o sujeito revela que uma das formas para matar as pessoas é com o uso de mercúrio em vacinas. Nem precisamos dizer que a informação também foi desmentida. Em 2015, um boato apontava que empresas farmacêuticas utilizavam 25 mil vezes a mais de mercúrio permitido nas vacinas.

4) As provas do genocídio? E como se não fosse suficiente, ele fala em Pedras da Georgia e os mandamentos da nova ordem mundial e caixões da FEMA. A teoria das Pedras da Georgia, monumento em granito localizado no Condado de Elbert, em Geórgia, nos Estados Unidos, já foi desmentida pelo Snopes, site estrangeiro que desmente fake news. Por fim, a história dos caixões da FEMA (Federal Emergency Management Agency), agência do governo dos EUA, também foi desmentida pelo Snopes.

Resumindo: o vídeo que viralizou na internet é fruto de uma teoria baseada em sites de fake news, boatos desmentidos, desinformação e muito alarmismo. Ou seja, a história é enganosamente falsa e perigosa. Pense bem antes de compartilhar.

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.