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Exército usa antena de geofísica para mapear armas de traficantes em morros do Rio de Janeiro #boato

Exército usa antena de geofísica para mapear armas de traficantes em morros do Rio de Janeiro, diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – Vídeo mostra helicóptero do Exército usando uma antena de geofísica para mapear armas de traficantes em favelas e morros do Rio de Janeiro.

Nos últimos dias, as redes sociais de golpistas estão alucinadas com teses das mais malucas de que o Exército estaria invadindo favelas do Rio de Janeiro e matando traficantes e que isso seria o início da intervenção militar no Brasil. Já desmentimos este fake, mas os boateiros, claro, estão agindo como se tudo fosse verdade.

A mais nova história que circula online aponta que o Exército estaria utilizando uma antena de geofísica para monitorar morros e favelas do Rio de Janeiro em busca de armas de traficantes. No vídeo, há ainda, indagações como “Ovni? Disco voado? Vídeo completo na bio.”. Leia as mensagens que circulam online:

Versão 1: Pelo que me passaram o Exército tá mapeando os morros do Rio com essa antena de geofísica… O chicote tá estalando na Terra Maravilhosa… Versão 2: O negócio é sério. Essa e uma antena de geofisica. Estão mapeando as favelas com geofisica pra achar os locais com muitas armas. A coisa está séria aqui no Rio de Janeiro. Versão 3: Essa e uma antena de geofisica. Estão mapeando as favelas com geofisica pra achar os locais com muitas armas. A coisa está séria no Rio de Janeiro.

Exército usa antena de geofísica para mapear armas de traficantes em morros do Rio de Janeiro?

Vídeo: É falso que vacina da gripe tenha "vírus do câncer"

As tais mensagens que acompanhavam o vídeo serviram para reforçar a tese de que há uma “intervenção militar em curso” e de que o Exército estaria invadindo favelas por causa disso. Porém, o vídeo não prova nada. As mensagens, o histórico recente de fake news sobre o assunto e a ausência do conteúdo em fontes confiáveis já derrubam a tese.

Os textos que circulam online seguem aquele roteiro básico das fake news. São vagos (não apontam em que morro teria sido feita a gravação, quando e do que se tratava), alarmistas (afinal, tem gente falando em intervenção militar), têm erros de português e não citam qualquer fonte confiável que comprovem a informação.

Além disso, os textos se baseiam em uma narrativa que aponta que o Exército está invadindo favelas e matando traficantes (o que seria, aliás, ilegal por não se tratar de atribuições das Forças Armadas) e que seria uma preparação para uma “intervenção militar” (o que, além de não ter muito sentido correlacional, também é ilegal). Só que estas teses são falsas.

O que há é uma sanha golpista que visa por meio de informações falsas convencer as pessoas de que estamos diante de um movimento no qual as Forças Armadas vão intervir no Brasil e Bolsonaro vai ser empossado à revelia da vontade da população (que se configurou nas eleições). Há gente sendo enganada e há interesses de poder nisso.

Ao buscar pela tal iniciativa em fontes confiáveis, nada encontramos sobre ações do Exército em favelas do Rio com os tais helicópteros com as antenas de geofísica (o que seria algo que chamaria muita atenção e, sim, poderia gerar problemas para o Exército e conflitos).

O que achamos foram vídeos similares que apontavam que, na realidade, o aparato é utilizado na mineração. Tanto que o perfil do TikTok no qual o conteúdo viralizou não faz qualquer menção de que seja algo das Forças Armadas. Mais do que isso: outros vídeos da mesma conta (aqui e aqui) mostram que o monitoramento está sendo feito em uma área plana e diferente da geografia de “morros do Rio”.

Resumindo: é falsa a informação que aponta que o Exército está utilizando antenas de geofísica para monitorar favelas. Além do uso do aparato não ser para isso, o vídeo mostra uma área plana e as mensagens seguem uma narrativa que já foi desmentida aqui e em outros locais.

Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo siteFacebook e WhatsApp no telefone (61) 99458-8494.

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