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Dra. Patrícia Montenegro, PhD de neurocirurgia da Johns Hopkins e médica da Força Aérea, faz texto sobre “vacinas experimentais” #boato

Dra. Patrícia Montenegro, PhD de neurocirurgia da Johns Hopkins e médica da Força Aérea, faz texto sobre “vacinas experimentais” , diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – A Dra. Patrícia Montenegro, PhD formada em neurocirurgia na Universidade Johns Hopkins e médica da Força Aérea Brasileira, escreveu um texto falando que as vacinas são experimentais e com ataques aos imunizantes.

O que não tem faltado, desde o início da pandemia da Covid-19, são mensagens negacionistas (e absurdas) que se utilizam de uma falsa assinatura para viralizar. Na história de um texto sobre vacinas está circulando sob a tutela de uma suposta médica.

Uma mensagem assinada pela “Dra. Patrícia Montenegro”, apontada como “PhD em Neurocirurgia pela Universidade Johns Hopinks e tenente-coronel médica da Força Aérea Brasileira” ataca as vacinas.

No texto, a suposta especialista chama as vacinas de experimentais, diz que nunca viu uma vacina que obrigasse o uso de máscara e distanciamento social, que espalhe o vírus após a vacinação, discriminação para quem não se vacinou e diz que todos fomos enganados. Leia a mensagem que circula online:

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Muito cuidado com essas substâncias experimentais! *”Entre todas as vacinas que conheci na vida ( difteria, tétano, sarampo, rubéola, varicela, hepatite, meningite e tuberculose), nunca vi uma vacina que me obrigasse a usar máscara e manter meu distanciamento social, mesmo quando você está totalmente vacinado …*

*Nunca tinha ouvido falar de uma vacina que espalhe o vírus mesmo após a vacinação.* *Nunca tinha ouvido falar de recompensas, descontos, incentivos para se vacinar.* *Nunca vi discriminação para aqueles que não o fizeram. Se você não foi vacinado, ninguém tentou fazer você se sentir uma pessoa ruim.* *Nunca vi uma vacina que ameace o relacionamento entre familiares, colegas e amigos.* *Nunca vi uma vacina usada para ameaçar os meios de subsistência, o trabalho ou a escola.* *Nunca vi uma vacina que permitisse a uma criança de 12 anos substituir o consentimento dos pais.*

*Depois de todas as vacinas que listei acima, nunca vi uma vacina como essa, que discrimina, divide e julga a sociedade como ela é. E como o tecido social se aperta …* *É uma vacina poderosa! Ela faz todas essas coisas, exceto IMUNIZAÇÃO.* *Se ainda precisarmos de uma dose de reforço após sermos totalmente vacinados, e ainda precisarmos obter um teste negativo após sermos totalmente vacinados, e ainda precisarmos usar uma máscara após sermos totalmente vacinados, e ainda sermos hospitalizados após termos sido totalmente vacinados , provavelmente terá chegada a hora de admitirmos que fomos completamente enganados.”* *Dra Patrícia Montenegro* *PHD em Neuro Cirurgia pela Universidade Jonh Hopinks.* *Ten Coronel Médica Força Aérea Brasileira.*

Dra. Patrícia Montenegro, PhD de neurocirurgia da Johns Hopkins e médica da Força Aérea, faz texto sobre “vacinas experimentais”?

Não é de hoje que a mensagem circula entre grupos de pessoas contrárias à vacinação e/ou simpáticas ao presidente Jair Bolsonaro. Só que, além de o texto não passar de um amontoado de besteiras sobre as vacinas, não é de uma “PhD em neurocirurgia e médica da FAB chamada Patrícia Montenegro”.

Vamos falar do teor do conteúdo. O fato da autora (ou autor) da mensagem falar que “nunca ouviu” em um monte de coisas só denota um elemento: trata-se de uma pessoa ignorante (no sentido lato do termo, de desconhecer situações elementares). Falamos isso porque é possível apontar que “já existiram” diversas coisas apontadas como inéditas na mensagem. Vamos listar os erros.

1) A pessoa já começa mal ao apontar que as vacinas são experimentais. Como já falamos inúmeras vezes, todas as vacinas que estão sendo aplicadas já passaram por testes que apontavam eficácia e segurança e são certificadas. Elas não estão em “fase experimental”.

2) Ela inverte a lógica ao falar que vacinas obriguem o uso de máscara e distanciamento. O que obriga é o vírus. E não se trata de uma situação inédita. Há países (como os da Ásia) em que o uso de máscaras sempre foi recomendado em casos de infecções respiratórias. Isso se espalhou de forma global porque a Covid-19 se espalhou de forma global.

3) Ela também demonstra desconhecer que até a vacina contra influenza não garante que uma pessoa vacina infecta a outra. Esse argumento de que as vacinas não funcionam porque não evitam infecção não passa de uma retórica que ignora dois fatores: A) As vacinas não evitam, mas diminuem sensivelmente as infecções. B) O objetivo principal da vacina contra Covid-19 é evitar infecções e mortes. Isso tem sido cumprido.

4) Não é a vacina que está ameaçando o relacionamento entre familiares. É essa sanha antivacinas que causam brigas sobre o assunto na maioria dos casos. A vacina também não ameaça o trabalho.

5) Ela também erra ao dizer que a vacina “faz tudo, menos imunizar”. Os números provam que as vacinas têm cumprido a sua missão.

Como você pode ver, o texto é tão ruim que espanta estar assinado por alguém formado na Johns Hopkins (apesar de neurocirurgia não ter qualquer relação com infectologia). E aí chegamos ao ponto final: a pessoa que escreveu não é uma PhD na Johns Hopking nem médica da FAB chamada Patrícia Figueiredo.

Ao procurar pelo nome da médica em questão, chegamos a algumas profissionais registradas no Conselho Federal de Medicina. Ao buscar por detalhes, descobrimos que nenhuma delas é formada na Johns Hopkins e/ou é neurocirurgiã. Também procuramos na lista de servidores públicos por alguma médica da FAB com esse nome. Novamente, nada encontramos.

Ao buscar pela origem do texto, descobrimos que, assim como outras balelas sobre a pandemia e sobre as vacinas, brotou em redes sociais sem qualquer autoria e, apenas posteriormente, ganhou uma assinatura.

Resumindo: além de a mensagem em questão conter inúmeros erros, não é de autoria de uma médica chamada Patrícia Figueiredo, formada na Johns Hopkins e da FAB. O texto não passa de mais uma corrente falsa sobre vacinas e Covid-19.

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