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Descarte de urnas por parte do TSE não tem relação com acusação (falsa) de fraude nas eleições

TSE desativou quase 200 mil urnas por causa de fraude nas eleições, diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – O TSE desativou quase 200 mil urnas por causa de fraude nas eleições de 2022.

Análise

Uma informação divulgada pelo TSE sobre a destinação de mais de 195 mil urnas eletrônicas para descarte ambientalmente correto, mas a narrativa foi distorcida nas redes sociais.

De acordo com algumas postagens que viralizaram entre bolsonaristas, a Justiça Eleitoral teria ordenado a destruição das urnas para ocultar uma suposta fraude que teria beneficiado Lula nas eleições de 2022. A alegação inclui menções a microchips de Taiwan e a empresa Smartmatic. Leia uma das versões:

Temendo a descoberta da fraude que roubou a eleição de Bolsonaro em 2022, quando obteve 75% dos votos, o STF/TSE mandou destruir quase 200.000 urnas contendo novíssimos microchips de Taiwan pré-programados para desvio de votos pela Smartmatic e CIA.

Checagem

Assim como tantas outras mensagens acusatórias contra o processo eleitoral, estamos diante de uma fake news. Para fazer a checagem do conteúdo, vamos analisar três questões centrais sobre essa alegação: 1) Houve o descarte de quase 200 mil urnas por parte do TSE? 2) O motivo do descarte das urnas em questão foi fraude nas eleições? 3) Há provas de fraudes nas eleições de 2022?

Houve o descarte de quase 200 mil urnas por parte do TSE?

Sim, houve e essa é a única informação real na mensagem. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou oficialmente em fevereiro de 2025 que 195.979 urnas eletrônicas foram desativadas.

No entanto, o motivo do descarte não foi fraude, mas sim a renovação do parque tecnológico. Como ocorre periodicamente, modelos mais antigos de urnas são substituídos por versões mais modernas e seguras. O descarte dessas urnas seguiu critérios técnicos e ambientais, conforme informado pelo TSE.

O motivo do descarte das urnas em questão foi fraude nas eleições?

Não, essa alegação é falsa. O TSE não desativou as urnas por suspeita de fraude. Na verdade, a substituição de urnas acontece regularmente para garantir que o sistema eleitoral continue atualizado e seguro. O próprio tribunal explicou que os equipamentos foram desativados por atingirem seu tempo de vida útil e que o processo foi realizado de forma transparente.

Tudo que fala sobre “desativação” por conta de fraude não passa de uma narrativa sem nenhum sentido que insiste a circular na internet há algum tempo.

Há provas de fraudes nas eleições de 2022?

Por sinal, essa é outra narrativa que insiste em viralizar na internet. Não há qualquer evidência de fraude nas eleições de 2022. Diversas auditorias e verificações foram realizadas, incluindo testes públicos de segurança conduzidos por especialistas independentes. Além disso, organismos internacionais que acompanharam o processo eleitoral atestaram sua integridade.

Acusações como esta (sem nenhum fundamento) levaram pessoas a serem manipuladas a ponto de resolverem, entre outras coisas, realizar os atos de 8 de janeiro (que levaram muitas destas pessoas para a cadeia).

Conclusão

As alegações de que o TSE mandou destruir urnas para esconder uma fraude eleitoral não têm fundamento. O descarte de quase 200 mil urnas ocorreu por razões técnicas e ambientais, como parte do processo de renovação dos equipamentos de votação. Além disso, não há qualquer evidência de fraude nas eleições de 2022. Essa é mais uma narrativa falsa disseminada para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro e tem intuitos políticos.

Fake news ❌

Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (link aqui: https://wa.me/556192755610)