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Primeiros 200 médicos cubanos que foram embora eram policiais cubanos #boato

Boato – Está comprovado por que 200 cubanos saíram do Brasil de um dia para outro. Eram policiais cubanos que recebiam R$ 25 mil para vigiar os médicos do país.

Assim que Jair Bolsonaro venceu a eleição presidencial e o chamado governo de transição se instalou no Brasil, o fim da parceria entre Brasil e Cuba no programa Mais Médicos foi anunciado. Passados mais de um mês do ocorrido, histórias sobre o assunto continuam pipocando na internet.

A última que viralizou online dá conta de que foi achada “a prova” de que os primeiros 200 cubanos que foram embora do Brasil eram, na realidade, policiais cubanos utilizados para vigiar os médicos do país caribenho: um vídeo do historiador Marco Antonio Villa e uma reportagem da revista Isto É. Leia:

Aí está a resposta do porque que 200 “médicos” saíram de um dia para outro, do Brasil. Eram 200 policiais cubanos, que vigiavam os “médicos cubanos”e recebiam do PT (Brasil) R$ 25 mil Reais por mês.

Primeiros 200 médicos cubanos que foram embora eram policiais cubanos?

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O vídeo se espalhou muito na internet, a mensagem mais ainda. Mas será mesmo que foi encontrada alguma prova de que os primeiros médicos cubanos que foram embora são policiais utilizados para vigiar os compatriotas no Brasil? A resposta é não. Vamos aos fatos.

Não precisa nem ir muito longe para perceber que a história não se encaixa. Só seria preciso assistir (e entender) o vídeo de Villa e ler a matéria da Isto É. Apesar de o comentário e a reportagem serem críticos ao Mais Médicos e terem denunciado a ação de “coordenadores que ganhavam R$ 25 mil”, o conteúdo de ambos diverge da mensagem. Nem o historiador nem a reportagem falam que “200 médicos são policiais”.

No caso da matéria da Isto É, também não foi dito que eram policiais (o termo usado era agentes, mas não ficou claro se eram da polícia). Se você duvida, leia a matéria aqui ou assista ao vídeo:


Mais dois pontos enfraquecem a tese de que os “policiais cubanos” foram os primeiros a ir embora. O primeiro está na própria matéria da Isto É. O número de assessores internacionais que chegou a ganhar R$ 25 mil são 20, contratados em 2013. Mesmo que eles fossem “policiais”, não seriam os “200 que voltaram”.

Por fim, uma análise nas reportagens que falam dos primeiros médicos que voltaram para Cuba derruba toda a tese. Por exemplo, um dos médicos que voltaram atuou no município de Manaíra e chegou a ganhar até um título de cidadão da cidade dias antes do anúncio do fim da parceria.

Resumindo: apesar de existir uma denúncia contra coordenadores cubanos do programa Mais Médicos, não há prova alguma de que os 200 profissionais que foram embora do Brasil eram policiais. Ao contrário, matérias mostram que os cubanos que voltaram eram médicos mesmo.

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.