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Após seis anos desmentindo boatos, precisamos (e vamos) começar a falar sobre fake news

Nesta semana, o Boatos.org completou seis anos de existência. Após desmentir mais de quatro mil boatos e ver tanta gente “batendo cabeça por aí”, decidimos que chegou a hora de falar e refletir sobre fake news.

No dia 18 de junho de 2013, o Boatos.org, por assim dizer, nasceu. Tudo começou com simples um desejo de um jornalista: ter um espaço no qual ele pudesse escrever, sem interferências, em relação a estilo, pauta ou linha editorial. Na época, os hoaxes (era assim que eram chamadas as fake news) serviram apenas como uma desculpa para que esse quem vos fala pudesse escrever algo.

Não demorou muito para perceber que as notícias falsas eram muito mais do que “uma desculpa”. De 2013 para cá, vi ódio em redes, casos de agressões reais, desinformação em relação à saúde e tantos outros problemas causados pelas fake news. Neste período, também vi muita gente tentar, sem sucesso, tratar da questão.

Já presenciei veículo de mídia fazendo marketing e se vendendo como o “bastião da verdade” só para conquistar um pouco da credibilidade perdida com o boom da internet, acusações políticas de que há “um grande grupo disseminador de todas as fake news” (como se tudo de falso que existe é fruto apenas de ações coordenadas), empresas de tecnologia punindo o alcance de boas iniciativas sob a desculpa de combater “fake news” e muita solução mágica sendo vendo vendida por aí.

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É por causa desse cenário de pânico que estamos presenciando que decidimos sistematizar a publicação de um artigo de opinião por semana. Não vamos propor soluções mágicas, mas todos os fins de semana (essa é a intenção) vamos analisar algo sobre o mundo da desinformação.

Queremos falar sobre elementos que caracterizam boatos, sobre problemas com empresas poderosas de tecnologia e como elas (mesmo que sem dolo) promovem fake news e analisar episódios (como o do tal pavão misterioso). Afinal, depois de seis anos desmentindo, precisamos e vamos falar sobre fake news. Aguardem!