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Mulher infectou 324 homens com HIV por vingança no Quênia #boato

Boato – Uma estudante da Universidade Karabak, em Naruku (Quênia), afirma ter infectado 324 homens com o vírus HIV. Ela fez isso por vingança após ter pego aids de um estudante.

Sem dúvidas, esse é um dos assuntos que mais tem levantado polêmica na internet nos últimos dias. Uma notícia vinda da África dá conta de uma história, no mínimo, bizarra. De acordo com informações que surgiram em uma página do Facebook chamada “Kenyan Scandals” e depois reproduzida por um site chamado “Kenyan Post”, uma mulher de 19 anos afirma que passou HIV para 324 homens por vingança.

De acordo com a história, a estudante da Universidade Karabak, em Naruku (Quênia), conta que pegou aids após ser estuprada em uma festa da universidade. Ela aponta que após ter sido embriagada, foi levada por um homem chamado Javan para o quarto. No outro dia, ela viu que ele havia transado com ela (que era virgem). Tudo isso aconteceu no dia 22 de setembro de 2013.

Em novembro do mesmo ano, ela teria descoberto que teria contraído o vírus HIV. Após pensar em se suicidar, ela tomou uma outra decisão: resolveu se vingar. Desde então ela transou com 324 homens, sendo que 156 são estudantes da universidade. Os outros são políticos, celebridades, homens casados etc. O intuito dela é passar o vírus para 2 mil pessoas. Leia o texto (traduzido automaticamente):

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” Tenho 19 anos e um segundo estudante da Universidade Kabarak ano. Entrei para esta faculdade como uma virgem . Embora , eu tive namorados antes , meus pais são rigorosos , por isso, ter o sexo nunca foi na minha mente. 22 de setembro de 2013 é uma data que eu nunca vou esquecer. Fomos boates na cidade com alguns alunos do último ano e temos bêbado. […]

Eu temia ficar grávida e HIV. Tomei anticoncepcionais e esperava que eu era HIV gratuitamente. Em novembro , eu testei positivo para HIV . Eu me senti como cortar meu pescoço. Fui confrontada com o cara . Ele insistiu que ele estava limpo e que eu peguei em outro lugar. Eu estava tão deprimido e tomei álcool para morrer. Eu até comprei veneno. A dor era simplesmente insuportável . Como eu estava indo para enfrentar o mundo ? […]

A gravidez é fora de questão , porque eu sou sobre contraceptivos . Eu só faço isso “raw” que a maioria dos homens gostam. Os meus olhares e trabalho de corpo muito por mim . Eles não questionam nada. Não passa um dia sem me ter relações sexuais, principalmente 4 pessoas por dia. Vou continuar a dormir por aí, nunca se sabe, o seu marido, namorado, irmão ou pai pode ter dormido comigo. Vocês, homens destruíram a minha vida, e você vai pagar por isso . Eu não tenho nenhum arrependimento em todos . Eu tive um hoje e ficou mais dois faziam fila para recebê-lo. ”    

Apesar de a história ter sido publicada inicialmente em sites nada confiáveis, ela se espalhou pela internet. Em uma busca rápida encontramos referências no IB Times e em alguns sites em português. Porém, tudo não passa de uma mentira.

A tal página do Facebook Kenyan Scandals fez uma retratação falando que a história era falsa. De acordo com o texto, a mulher, que se chamava Vanessa Chettle, falsificou a própria história sobre o HIV. A mulher, na realidade, queria chamar atenção por ser “uma menina mimada” e criou uma conta fake. O grande detalhe foi a falta de checagem dos fatos.

A grande ironia da coisa é que nem a página de “escândalos do Quênia” e nem de todos que copiaram a informação. Só para ter uma ideia, o Daily Post teve tão pouco cuidado em ilustrar a história que colocou uma foto que já havia usado em “outros escândalos” (como esse de uma mulher que transou com celebridades). E claro, todos que copiaram foram caindo como patos na história.

Mas ok. Vamos imaginar que a mulher pegou aids. Seria verossímil a história? De acordo com esse blog de um estudante da universidade Karabak, a resposta é não. Alguns motivos:

1)      Estudantes homens ficam separados das mulheres e há grande vigia nos alojamentos

2)      Não existe estudante chamado Javan na universidade, que, por sinal, é pequena

3)      Por que ela foi estuprada em setembro e só fez o teste em novembro?

Concluindo, a história era inverossímil (talvez por isso, fantástica) e tinha muitos furos. Além disso, fotos erradas ilustravam a suposta vilão. Se já era difícil de acreditar, caiu por terra quando a própria fonte da notícia publicou uma retratação. Ou seja, mais uma mentira da internet que foi potencializada pelo mal jornalismo.