Boato – Candidato à deputado estadual, ator Mário Gomes foi internado, nos anos 70, por colocar cenoura no ânus.
Com o aumento do uso das redes sociais no dia-a-dia, o próprio processo eleitoral tem sido afetado. Especialmente, nas últimas eleições. Além das divulgações dos candidatos, muitos ataques também têm sido registrados na internet.
E se tem algo que tem sido utilizado em muitas histórias falsas é o histórico de alguns candidatos. Em geral, publicações com afirmações contraditórias e imagens antigas. Mas a história de hoje aponta para um suposto caso muito antes do surgimento da internet.
De acordo com uma história que está circulando nas redes sociais, o ator e bolsonarista Mário Gomes, que está concorrendo ao cargo de deputado estadual, teria sido internado nos anos 70 por um caso curioso. Segundo a publicação, o ator teria ido parar no hospital por ter colocado uma cenoura no ânus. Confira:
Versão 1: “TRINTA ANOS DEPOIS Por onde anda a cenoura que desapareceu no c… de Mario Gomes”. Versão 2: “EXCLUSIVO Delação de Mario Gomes lança luz sobre paradeiro de cenoura”. Versão 3: “Vote Mario Gomes pela redução do kg da cenoura”.
Mário Gomes foi internado nos anos 70 por colocar uma cenoura no ânus?
A informação viralizou nas redes sociais, em especial, no Twitter e virou conteúdo para muitos eleitores. Apesar disso, a história não é verdadeira. A explicação fica por conta da origem da informação e pela falta de provas.
Hoje nos deparamos com uma das fake news, envolvendo celebridades e mídia, mais antigas da história que se tem notícias. A situação já foi desmentida ao longo dos anos.
O ator Mário Gomes estava despontando sua carreira na TV e no teatro no início dos anos 1970. Após estrelar novelas, como “Bicho do Mato”, em 1972, ele conquistou um papel de destaque no teatro, com a peça “Greta Garbo, Quem Diria, Acabou no Irajá”.
Escrita por Fernando Melo, a peça tratava a solidão gay, no Rio de Janeiro, durante o período da Ditadura Militar, nos 1960. A peça conquistou o público e fez com que Mário Gomes ganhasse o prêmio de ator revelação do teatro do Rio de Janeiro, em 1973.
Após assistir a peça de Fernando Melo, o ator, produtor e empresário Carlos Imperial teve a ideia de transformar o enredo teatral em uma produção para o cinema. Contando com os mesmos atores do teatro, incluindo Mário Gomes, Imperial bancou todos os gastos do filme. O drama foi lançado sob o nome de “O Sexo das Bonecas”.
Em 1975, quando a produção foi finalizada, Mário Gomes já fazia parte do elenco da Globo e estava fazendo sucesso no papel de Berto Leal, na novela “Gabriela”. Já quando o filme foi lançado, Mário Gomes estava interpretando o galã Dino César, da novela “Duas Vidas”, no horário nobre da Globo.
Foi aí que as coisas desandaram. Na semana de estreia do filme, o ator Mário Gomes entrou com uma ação na Justiça, pedindo a apreensão dos cartazes de lançamento. De acordo com ele, sua imagem foi ridicularizada. O ator ainda afirmou que não teria assinado nenhum contrato e solicitava a proibição da exibição do filme. Por conta disso, Carlos Imperial teve um enorme prejuízo financeiro.
Na oportunidade, Mário Gomes fazia par romântico com a atriz Betty Faria, que na época, era esposa do diretor da novela “Duas Vidas”, Daniel Filho. Acontece que o romance da ficção passou para a vida real. Daniel Filho ficou revoltado com a traição da esposa e abandonou a direção da novela por volta do capítulo 41.
E foi a partir desse contexto que a famosa fake news surgiu. De acordo com o ator Mário Gomes, Carlos Imperial e Daniel Filho foram os responsáveis por criar e espalhar a história que falava que ele teria dado entrada em um hospital para retirar uma cenoura do ânus.
Segundo o ator, Carlos Imperial e Daniel Filho teriam feito panfletos e publicado matérias em jornais para dar mais credibilidade à história. De acordo com Mário Gomes, os dois ainda teriam inventado outras histórias sobre ele e seu pai.
Em resumo: a história que diz que o ator Mário Gomes teria sido internado, nos anos 70, após colocar uma cenoura no ânus é falsa! A história foi inventada pelo ator, produtor e empresário Carlos Imperial e o diretor Daniel Filho. Na época, Mário Gomes entrou com um processo para impedir a exibição de um filme produzido por Carlos Imperial, onde ele era um dos protagonistas. No mesmo período, Mário Gomes engatou um romance com Betty Faria, então esposa do diretor Daniel Filho que, na época, dirigia a novela “Duas Vidas”, onde Gomes e Betty eram os protagonistas. A história foi publicada em jornais e panfletos, mas não era real. Foi apenas uma forma de vingança. Ou seja, a história não passa de balela!
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