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Silvinha Nuñez, de três anos, foi morta há quatro dias no Brasil #boato

Boato – Silvinha Nuñez, de três anos, foi morta há quatro dias e não houve mobilizações, marchas ou telefonemas do Papa.

Parafraseando o dito popular, de boas intenções, a internet está cheia. A cena já é comum: bastam alguns cliques e logo você encontra uma porrada de gente “bem-intencionada” compartilhando notícias falsas e expondo imagens de crianças.

Às vezes é uma criança desaparecida ou é doente e precisa de doações. No texto de hoje, a história envolve o assassinato de Silvinha. Circula na internet a informação que Silvinha Nuñez, de três anos, foi assassinada. O texto aponta que a menina não era política e nem militante e que, por isso, seu caso não ganhou repercussão. O crime teria acontecido há quatro dias no Brasil. Leia trechos da mensagem:

Ela não era política, não era militante, ela era muito pobre. Silvinha tinha apenas 3 anos e ninguém falou sobre o assassinato dela. Enquanto ela estava morrendo, para apagar o que eles tinham feito para ela, lavaram seu pequeno corpo com uma mangueira e deixaram-no deitado na cama. Mas não satisfeitos com isso, enforcaram-na porque ela chorava de dor e com isso evitariam que o estupro fosse conhecido. Foi assim que eles terminaram sua vida inocente.

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Mas para Silvinha não houve telefonemas do papa Francisco ou de nenhum político, cantor, celebridade ou militante de nenhum partido político. Nem mobilizações ou marchas. Silvinha foi insultada, assediada e depois assassinada. Mas o fato passou despercebido. Isso aconteceu há 4 dias e quase não teve difusão. Não saiu em nenhum meio e ninguém se importa. Por quê? A verdade é que não temos resposta. Podemos apenas pedir a todos que orem para que a alma de Silvinha possa descansar em paz e que seus assassinos paguem para acabar com suas vidas. Descanse em paz, princesa … Deus já está com você!# SilvinhaNuñez #Brasil da vergonha #pena de morte por favor

Silvinha Nuñez, de três anos, foi morta há quatro dias no Brasil?

A mensagem, de fato, é comovente. Mais do que isso, retrata uma história real. Só tem três detalhes que transformaram ela num #boato. Continue lendo e entenda os porquês.

Para início de conversa, saiba que o nome da criança não é “Silvinha”, como aponta a mensagem. Na verdade, o nome dela é Silvina Nuñez. Pois bem, infelizmente o assassinato (como dito antes) é real. Mas, ao contrário do que se imagina, não aconteceu há quatro dias. Foi em 2017, quando uma criança de três anos foi estuprada e espancada até a morte pelo padrasto.

Segundo o site de notícias A Hora Online, Mauricio Fratti, padrasto da criança matou Silvina porque ela não parava de chorar. O padrasto também teria apagado as evidências lavando-a com uma mangueira. Apesar de fugir do local, Maurício e a mãe de Silvina, Victoria Nunez, foram presos horas depois.

Mas não é só isso: ao contrário do que diz o texto, o caso não ocorreu no Brasil. Na realidade, o crime aconteceu na cidade de Florencio Varela, em Buenos Aires, Argentina. Ao pesquisar mais sobre o assunto, chegamos a origem do texto. A mensagem circulou nesta página do Facebook e, ao ser traduzida, ganhou outras versões. Vale lembrar que o fato do caso ter acontecido na Argentina, em 2017 e já ter sido solucionado fez com que o assunto não ganhasse repercussão aqui.

Resumindo: a história é real, mas o nome da criança não é Silvinha, não aconteceu há quatro dias e tampouco no Brasil. Ou seja, o texto que aponta que Silvinha Nuñez, de três anos, foi morta há quatro dias no Brasil é #boato.

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.