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Exército não está monitorando motos que saíram do Complexo do Alemão

Exército monitorou de helicóptero reunião de motociclistas no Complexo do Alemão, diz boato (Foto: Reprodução/Twitter)

Boato – Mais de 1.000 motos foram flagradas deixando o Complexo do Alemão e estão sendo monitoradas pelo Exército

Análise

Nos últimos dias, uma enorme movimentação chamou a atenção dos internautas nas redes sociais. Imagens começaram a circular na internet e causaram estranheza e preocupação em muitas pessoas.

Não demorou muito para a história começar a circular nas redes sociais. De acordo com ela, mais de 1.000 motos teriam sido vistas deixando o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro (RJ). Segundo a publicação, o Exército estaria monitorando toda a situação e teria flagrado o momento exato em que as motos deixavam o local. Confira:

Versão 1: “Mais de 1000 motos saindo do Complexo do Alemão. Helicóptero do exército acompanhando a movimentação”. Versão 2: “EXÉRCITO MONITORA MAIS DE 1000 MOTOS QUE ACABAM DE SAIR DO COMPLEXO DO ALEMÃO!”.

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A história viralizou nas redes sociais, em especial, no X (antigo Twitter) e preocupou diversas pessoas. Apesar disso, a publicação apresenta diversas características de fake news, como o caráter vago, alarmista, a falta de fontes confiáveis e a ausência de notícias sobre o assunto em veículos de comunicação ou sites confiáveis.

A partir daí, investigamos um pouco mais essa história e vamos te explicar em três etapas se você deve ou não acreditar nela: 1) Do que se trata o encontro de motociclistas? 2) O vídeo foi gravado no Complexo do Alemão? 3) Exército monitorou os motociclistas?

Checagem

Do que se trata o encontro de motociclistas?

As motos flagradas deixando o Complexo do Alemão são de um encontro de motociclistas. O chamado “rolezinho”, geralmente, é organizado pelas redes sociais e reúne diversos motociclistas em um mesmo lugar. Esse tipo de encontro já é bastante conhecido em todo o país e os “rolezinhos” já causaram diversos problemas. Nesse tipo de encontro é comum encontrar motociclistas sem proteção (como o capacete), usando calçados não adequados (como chinelos), fazendo manobras perigosas, empinando a moto e fazendo barulho mais alto do que o permitido. Esse tipo de encontro também já foi palco de tragédias, como na cidade de Campinas (SP), em julho de 2023, onde três pessoas morreram após um engavetamento durante um “rolezinho” de moto.

O vídeo foi gravado no Complexo do Alemão?

Não podemos afirmar isso. Nas imagens, conseguimos identificar um táxi amarelo, que é bastante comum na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Nos comentários, internautas apontam que o evento pode se tratar do “Rolê ZN (Zona Norte)”, que acontece no Rio de Janeiro (RJ), todas as quintas-feiras. Porém, não há nada que possa identificar o local ou até mesmo se a gravação foi recente.

Exército monitorou os motociclistas?

Definitivamente não. Para começo de história, essa não é a função do Exército. Cabe ao Exército defender o território nacional, manter a ordem, garantir a segurança do Brasil, defender a soberania brasileira e garantir o cumprimento dos limites estabelecidos pela Constituição Federal. A instituição responsável pela fiscalização desse tipo de infração é a Polícia Militar. Se isso não bastasse, é possível ver de forma nítida que as imagens não foram gravadas de um helicóptero ou drone, mas sim de uma casa (que, provavelmente, fica em um prédio).

Conclusão

Fake news ❌

O Exército não está monitorando mais de 1.000 motos que saíram do Complexo do Alemão. As imagens mostram um “rolezinho de moto”. É possível ver que o vídeo foi gravado de um prédio e não de um helicóptero ou drone. Além disso, não é trabalho do Exército fazer esse tipo de monitoramento. Esse tipo de fiscalização é serviço da Polícia Militar. Além disso, não podemos identificar o local onde o vídeo foi gravado e nem afirmar com exatidão se as imagens são recentes. Porém, elas não fazem parte de um monitoramento do Exército.

Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (link aqui: https://wa.me/556192755610)