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Caminhões com doação de água não foram barrados por posto fiscal, em Coronel Teixeira, Rio Grande do Sul

Caminhões com doação de água estão retidos na fronteira do Rio Grande do Sul, diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – Ao tentar entrar com doações de água no Rio Grande do Sul, dois caminhões foram barrados por posto fiscal

Análise

As fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul nos últimos dias causaram caos e destruição. Diversas cidades foram tomadas pelas cheias dos rios e ficaram embaixo d’água. Milhares de pessoas foram desalojadas e perderam tudo. O cenário é de tristeza e desolação.

E de acordo com uma história que está sendo compartilhada nas redes sociais, dois caminhões carregados com doação de água foram impedidos de entrar no Rio Grande do Sul. Segundo a história, os caminhões foram barrados em um posto fiscal, na BR-153, em Coronel Teixeira, no Rio Grande do Sul, quando seguiam viagem para Erechim (RS). Ainda segundo a história, o posto fiscal exigiu o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a liberação da carga na Secretaria da Fazenda e Planejamento (SEFAZ). Confira:

Vídeo: é falso que a Anvisa esteja barrando entrada de remédios no RS

Versão 1: “Meu pai tá conversando com um amigo dele. Tá com 2 caminhão preso no posto fiscal da BR 153, sentido erechin carregado com garrafa d’água pra doação. Tão pedindo nota e recolhimento de ICMS pra liberar. Ele falou q saíram de SP, os motoristas tão viajando direto e não querem liberar sem NF e recolhimento do ICMS”.

Versão 2: “2 caminhões estão com garrafa d’água pra doação e estão presos no posto fiscal da BR153 próximo a Coronel Teixeira, sentido Erechim. Estão exigindo o recolhimento do ICMS e liberação da carga na SEFAZ pra liberar as doações. O Estado brasileiro é nosso inimigo”.

A história viralizou nas redes sociais, em especial, no WhatsApp e no Facebook e causou revolta em diversas pessoas. Apesar disso, a história apresenta algumas características de fake news na internet, como o caráter vago, alarmista, a falta de fontes confiáveis e a ausência de notícias sobre o assunto em veículos de comunicação confiáveis.

A partir daí, resolvemos investigar um pouco mais essa história e agora vamos te contar os motivos para você respirar aliviado e não acreditar nela: 1) O governo do Rio Grande do Sul está impedindo a entrada de caminhões com doações de água no estado? 2) Há algum tipo de cobrança em caminhões de doações de água ao Rio Grande do Sul? 3) Qual é o contexto da história?

Checagem

O governo do Rio Grande do Sul está impedindo a entrada de caminhões com doações de água no estado?

Não. Após a história causar um rebuliço nas redes sociais, o governo do estado do Rio Grande do Sul desmentiu a informação. No dia 5 de maio de 2024, por meio de um Reels, o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, afirmou que a história é uma fake news. De acordo com ele, todas as doações estão passando de forma isenta pelos postos fiscais, sem nenhuma cobrança de imposto.

Há algum tipo de cobrança em caminhões de doações de água ao Rio Grande do Sul?

Assim como citamos anteriormente, não. Os caminhões que estão levando doações para o Rio Grande do Sul não estão sendo barrados e nem obrigados a pagar impostos. Todos os caminhões com doações estão passando de forma isenta pelos postos fiscais.

Qual é o contexto da história?

Logo após a história viralizar, a página de checagem Lupa desmentiu a informação. De acordo com ela, a história surgiu depois que uma conta no X (antigo Twitter) fez uma publicação sobre o caso, que ocorreu em um posto fiscal na BR-153, em Coronel Teixeira, fronteira entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Entretanto, duas horas após a primeira publicação, a mesma conta no X fez uma nova postagem, contando que os caminhões foram liberados e seguiram viagem. Um deles foi direcionado para o município de Santa Bárbara (RS) e o outro para o município de Veranópolis (RS).

A liberação demorou, porque, inicialmente, os caminhoneiros queriam fazer as doações diretamente para as pessoas afetadas. Porém, no posto fiscal, as autoridades explicaram que as doações só estão isentas de impostos, caso sejam direcionadas para órgãos do governo ou ONGs.

Conclusão

Fake news ❌

Caminhões com doação de água não foram parados em posto fiscal de Coronel Teixeira, no Rio Grande do Sul, por não pagarem ICMS e nem apresentarem liberação de carga na SEFAZ. A história surgiu em um perfil no X (antigo Twitter). Entretanto, duas horas depois da primeira publicação, o perfil postou que os caminhões foram liberados.

A demora aconteceu, porque os caminhões queriam fazer a distribuição direta das doações. Porém, foram informados que a liberação sem impostos das cargas está ocorrendo apenas quando as doações são direcionadas para órgãos do governo estadual ou ONGs. Depois de combinarem as cidades para onde as doações seriam levadas, os caminhões foram liberados.

Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (link aqui: https://wa.me/556192755610).

PS 2: Existem muitas formas de ajudar quem precisa no Rio Grande do Sul. As doações podem ser feitas diretamente para a conta oficial do governo estadual: PIX (CNPJ): 92.958.800/0001-38 Conta SOS Rio Grande do Sul Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul)

Pessoas de São Paulo e de Santa Catarina também podem doar alimentos de cesta básica, produtos de higiene pessoal, material de higiene seco e roupas nas agências dos Correios. O transporte das doações será gratuito. A lista de endereços para entrega de doações pode ser vista aqui.

Além disso, existem vaquinhas online de influenciadores gaúchos que estão ajudando diretamente as pessoas afetadas. Em Canoas (RS), a influenciadora Luana Kanitz, do @lu.autoestima, está arrecadando dinheiro para comprar itens de alimentação e higiene para pessoas e animais afetados pelas enchentes. Em São Sebastião do Caí (RS), a influenciadora e maquiadora Luciane Ferraes, do @lu.ferraes, também está arrecadando dinheiro para a compra de alimentos e itens de higiene para as pessoas atingidas pelas enchentes.