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É falso que entregador de gás tenha sido preso e teve que pagar multa por assédio em academia após acusação injusta

Entregador de gás foi preso e teve que pagar multa por assédio em academia após acusação injusta, diz boato (Foto: Reprodução/TikTok)

Boato – Um entregador de gás foi preso e condenado a pagar multa de R$ 45 mil por assédio em uma academia, mesmo com provas de sua inocência.

Análise

Há alguns dias, um vídeo publicado por uma influenciadora digital viralizou ao relatar a prisão de um suposto “amigo entregador de gás” acusado injustamente de assédio dentro de uma academia.

De acordo com a publicação, o homem teria sido detido mesmo com 17 testemunhas e imagens de câmeras de segurança provando sua inocência. A suposta vítima teria ainda recebido uma indenização, e o entregador teria sido libertado apenas após o pagamento de uma fiança.

A história gerou intensa repercussão nas redes sociais, especialmente entre usuários indignados com o que consideraram um exemplo de “injustiça contra homens”. Diversos perfis passaram a compartilhar o relato como se fosse verdadeiro, com comentários inflamados sobre o sistema judiciário e críticas à mulher citada no boato. Leia a seguir as versões divulgadas:

Versão 1: O entregador de gás foi preso injustamente, porque uma mulher o acusou de ter assediado ela em uma academia e mesmo ele provando pelas câmeras e com 17 testemunhas ao seu favor foi preso do mesmo jeito. Você que é homem que gosta de olhar para uma mulher ou até mesmo de elogiar e dar carona ou ficar em uma sala sozinho ou em um elevador com uma mulher, evite. Porque, o entregador de gás para sair da cadeia terá que pagar r$ 15.000 de fiança e r$ 30.000 de indenização para essa mulher que o acusou de assédio sexual, mesmo ele sendo inocente. E você que me segue não vai cair em golpe dessas quengas.

Versão 2: Um caso estranho intrigante nas redes sociais. O entregador de gás que foi parar atrás das grades mesmo com provas de sua inocência. Uma acusação chocante sacudiu uma academia. Uma mulher denunciou um entregador de gás por estupro dentro do estabelecimento. A história seria trágica. Se não fosse pelos detalhes que surgiram logo em seguida. Testemunhas que estavam no local afirmam, confirmezam, que o homem não cometeu qualquer agressão. E mais, as câmeras de segurança da academia mostram algo surpreendente. A mulher, algo que tudo indica, teria sido jogado sobre o entregador. Ainda assim, o homem foi preso. A pergunta que pai era no areia.

Por quê? Mesmo diante de testemunhas e de um vídeo que contradiz a denúncia. O delegado responsável está exigindo uma criança de R$ 15 mil para liberar o suspeito. Isso levanta mais perguntas do que respostas. Estaria justiça realmente interessada em apurar os fatos? Por que ignorar provas claras em vídeo? Quem é essa mulher? Teria ela alguma motivação escondida? E por que o delegado existe em manter o homem preso? O caso tem causado revolta e inquietação. Será que há algo mais por trás dessa prisão? Afinal, quando provas não bastam para garantir liberdade, o que ainda resta da justiça.

Checagem

O caso gerou revolta e foi compartilhado como exemplo de injustiça, mas depois se descobriu que se trata de um fake. Para checar, três pontos precisam ser esclarecidos: 1) Um entregador de gás foi realmente preso e teve que pagar multa por assédio em academia? 2) Qual é o verdadeiro contexto da história? 3) Por que conteúdos como esse são criados e se espalham com tanta facilidade?

Um entregador de gás foi preso e teve que pagar multa por assédio em academia?

Não. A história é totalmente falsa. A suposta prisão e condenação de um entregador de gás por assédio em uma academia nunca ocorreu. A Polícia não registrou nenhuma ocorrência com essas características, tampouco há registros oficiais de denúncia, prisão, julgamento ou pagamento de fiança ou indenização. A narrativa foi inteiramente fabricada, como ficou claro depois que a própria criadora do conteúdo revelou o que estava por trás da encenação.

Qual é o contexto por trás da história que cita o entregador de gás na academia?

O caso foi criado por uma influenciadora digital com o objetivo de atrair engajamento nas redes sociais. No vídeo original publicado no TikTok, a criadora finge relatar um caso real, utilizando elementos dramáticos e frases de impacto.

Após a repercussão negativa e pedidos de apuração, ela mesma confessou que tudo não passava de uma encenação. Em publicação posterior (que foi compartilhada posteriormente no Facebook), a influenciadora admitiu que o vídeo era falso e que não houve qualquer crime.

Por que histórias falsas como esta do falso assédio são criadas e compartilhadas?

Casos como esse são criados principalmente para gerar visualizações, curtidas e compartilhamentos nas redes sociais. Muitos influenciadores usam temas polêmicos, como assédio ou injustiça judicial, para atrair audiência rápida.

Além disso, o conteúdo reforça narrativas sensacionalistas e preconceituosas que tendem a mobilizar emocionalmente determinados grupos. O problema é que, ao inventar histórias que tratam de crimes graves, criadores acabam banalizando situações reais e colaborando com a desinformação.

Conclusão

O vídeo que relata a prisão de um entregador de gás por assédio em uma academia é falso. Não houve nenhuma ocorrência policial ou condenação relacionada ao caso. A própria autora do vídeo confessou que inventou a história com fins de engajamento.

Fake news ❌

Ps: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo e-mail [email protected] e WhatsApp (link aqui: https://wa.me/556192755610)