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Petista Aryane Campos é procurada pelo atentado contra Bolsonaro #boato

Confira a versão 2020 do desmentido neste link

Boato – Uma mulher passou a faca para Adélio Bispo de Oliveira atacar Bolsonaro. Ela é a petista Aryane Campos, procurada pela Polícia Federal.

Há pouco tempo, o Boatos.org publicou um desmentido relacionado à acusação de que uma mulher chamada Maria Clara de Paula Ribeiro Tarabal teria ajudado no atentado contra Bolsonaro. Como falamos antes, ela não foi a única acusada. Outro nome que também circulou online é o de Aryane Campos (em alguns casos, tratada como Ariane Campos).

O enredo do boato de Aryane é muito parecido com o da história da Maria Clara. Tudo começou com uma tese que surgiu na internet: a de que uma mulher teria “passado uma faca” para um homem, que teria passado a faca para Adélio Bispo de Oliveira atacar Bolsonaro. A teoria, nem perto comprovada (até porque não tem muita lógica as pessoas ficaram passando uma faca de mão em mão na multidão), fez com que as pessoas buscassem alucinadamente por que seria a pessoa do vídeo.

Enquanto algumas pessoas chegaram a um perfil do Twitter chamado Claaribeir0,  outras resolveram começar a “acreditar” que a pessoa da filmagem seria Aryane Campos. A “prova” estaria em imagens que ela teria publicado pró-feminismo em seu perfil no Facebook. Leia mensagens que circularam online:

Vídeo: é falso que Ivermectina cure dengue, Covid e câncer

Versão 1: ARIANE CAMPOS: é o nome da mulher que passou a faca para a tentativa de homicídio contra Jair Bolsonaro. Versão 2: Aryane Campos, a PETISTA que entregou a faca para Adelio esta sendo procurada pela PF, pelo EXERCITO, pelas POLÍCIAS CIVIL E MILITAR. Aryane Campos, feminista, lésbica e ativista da Esquerda. Quem vê cara, não vê coração. A intolerância e o fanatismo, tornam o ser humano, sem nenhuma racionalidade! Ela levou a faca e participou do atentado contra Bolsonaro, com o financiamento do PT.

Petista Aryane Campos é procurada pelo atentado contra Bolsonaro?

Caramba! As pessoas não aprendem mesmo. Em 2014, uma mulher perdeu a vida por causa de um crime falsamente atribuído a ela. Por isso, estamos aqui para falar que Aryane Campos (ou Ariane Campos) não é procurada pela Polícia Federal. Vamos aos fatos.

Assim como na história de Maria Clara de Paula Ribeiro Tarabal, a explicação começa no fato de que a tese “da mulher que passou a faca” não está comprovada (aliás, é uma tese bem fraquinha, mas vamos deixar para a PF descartar). Nesta matéria da Agência Estado, a Polícia Federal chega a falar que a mulher já foi identificada e prestará depoimento, mas também não há provas de seu envolvimento com o crime

Segundo ponto: essa informação já derruba a tese de que a “mulher da faca” seria “procurada pela polícia” ou mesmo “acusada”. Desnecessário dizer que o nome de Aryane Campos também não está na lista de “procuradas” da Polícia Federal pelo atentado a Bolsonaro e nem entre filiados do PT em Minas Gerais.

Com isso, já dava para “matar” a tese de “procurada-perigosa”. Mas não para por aí. Ao buscarmos pelo perfil do Facebook citado chegamos a uma “Aryane Campos” que sequer é de Juiz de Fora. O perfil (já deletado no Facebook) era com o sobrenome “Silva”. Não há nenhum registro de pessoa com esse nome (incluindo o Silva) em Juiz de Fora.

Mais uma busca e chegamos a uma Aryane Campos de Juiz de Fora. É Aryane Campos Reis, estudante da UFJF. Detalhe bem legal: além de ela não ser a pessoa do “perfil feminista”, ela não se parece com a mulher do vídeo (olha só, hein).

Resumindo: temos, novamente, uma coletânea de teses falsas nessa história. 1) Não há comprovação de que uma mulher “passou a faca para Adélio Bispo”. 2) A Aryane pessoa que está com o perfil sendo compartilhado não é de Juiz de fora. 3) Há uma Aryane em Juiz de Fora, mas não tem nada a ver com o perfil. 4) Estamos, de novo, em frente a uma acusação falsa na internet. Não é será a última de hoje.

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.