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Menina se recusa a cumprimentar Bolsonaro em cerimônia no Planalto #boato

Boato – Vídeo mostra o exato momento em que uma menina, estudante de uma escola do Distrito Federal, se recusa a cumprimentar o presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto.

Como falamos há alguns dias, a pessoa que ocupa o cargo de presidente da República está sempre na “mira”: basta um escorregão e manchetes negativas pululam por aí. Foi assim com FHC, com Lula, com Dilma, Temer e está sendo com Bolsonaro. Só tem um detalhe: nem sempre as manchetes retratam a realidade.

A última que viralizou na internet dá conta de que uma menina se negou a cumprimentar o presidente Jair Bolsonaro durante uma cerimônia no Palácio do Planalto. A história começou quando o Twitter do presidente publicou um vídeo. Enquanto ele cumprimenta as crianças, uma menina faz um sinal negativo com o dedo. Leia uma das versões da história que circulou online (que começou na “grande mídia” e se espalhou com “tons carregados” para sites contrários ao presidente):

Uma menina se recusou a cumprimentar o presidente Jair Bolsonaro durante celebração de Páscoa na última quarta-feira, 17, no Palácio do Planalto. O próprio Bolsonaro divulgou um vídeo em sua conta no Twitter do momento em que cumprimenta crianças da Escola Classe 1 da Estrutural, região da periferia de Brasília, e uma delas se nega a estender a mão para ele. Na imagem, Bolsonaro aparece ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Ele sorri e pega algumas crianças no colo.

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Menina se recusou a cumprimentar Bolsonaro em cerimônia no Planalto?

Por ter sido publicada na grande mídia, a história teve repercussões gigantescas. Mas será mesmo que a menina do vídeo se recusou a cumprimentar o presidente Jair Bolsonaro? A resposta é não. Calma aí que a gente explica tudo para vocês.

Ao contrário de 99% das notícias falsas que circulam na internet, essa história não tem características de fake news. Está em fontes confiáveis, não apresenta erros de português, não é vaga (só é um pouco alarmista). Mesmo assim, podemos afirmar que a história não procede. Por quê? Ao contrário do que acontece nas fake news, o veículo que publicou a história se corrigiu.

Inicialmente, a tese da menina que não cumprimentou Bolsonaro surgiu na versão online do Estadão. Algum tempo depois da publicação, o próprio veículo criou uma errata afirmando que não era possível afirmar que a menina havia se recusado a cumprimentar o presidente e apagou a publicação original. Leia o que foi dito:

Ao contrário do que publicou o portal do Estadão na sexta-feira, 19, não é possível dizer que uma menina se recusou a cumprimentar o presidente Jair Bolsonaro durante um evento na última quarta-feira, 17. Um vídeo com a cena foi postado pelo próprio presidente em seus canais oficiais na última sexta-feira. A filmagem é coberta pelo som do Hino Nacional e não é possível ouvir com clareza o que o presidente conversa com as crianças.

O Estado teve acesso por meio de uma fonte do governo ao vídeo com legenda onde é possível ouvir o presidente perguntando às crianças se elas eram palmeirenses. É nesse contexto que a menina faz sinal de negativo para o presidente. A nota não foi publicada na versão imprensa do jornal. O texto foi corrigido.

A informação é endossada quando temos acesso, de fato, ao vídeo sem o som de fundo. No vídeo, ele pergunta “Quem é Palmeiras”. Uma menina levanta a mão e ele a cumprimenta. Logo, pergunta novamente “Você é Palmeiras” outra menina faz negativo com a cabeça. E o vídeo se segue. Assista:

Neste caso, não há muito mistério. Uma vez que surgiu um vídeo na internet que descreve o que acontece e que o próprio veículo que publicou a informação se corrigiu, podemos dizer que a informação que aponta que uma menina se recusou a cumprimentar o presidente Jair Bolsonaro é falsa. Trata-se mais de um erro em reportagem (chamada barrigada) do que de uma fake news.

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164.