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China não teve, não tem, não terá vacina e todo mundo se curou lá #boato

China não teve, não tem, não terá vacina e todo mundo se curou lá, diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – China não testou vacina em sua população, todos se recuperaram da Covid-19 e país não teve, não tem e nem terá o imunizante. 

E as fake news sobre a pandemia da Covid-19 seguem soltas no Boatos.org! No último mês, o assunto mais comentado no mundo todo é a corrida pela vacina contra a doença. Muitas delas já estão em fases avançadas de estudo e, por isso, têm animado (ou desanimado) muitos governantes.

Mas, na prática, ao mesmo tempo que a vacina se torna algo cada vez mais real, as fake news avançam em uma velocidade impressionante. E, infelizmente, isso apenas alimenta histórias falsas que já circulam há algum tempo na internet.

Hoje, estamos aqui para desmentir mais uma. De acordo com uma história que está circulando nas redes sociais, a China não teve, não tem e muito menos terá a vacina contra a Covid-19. Ainda segundo a história, no território chinês, tudo voltou ao normal de forma rápida e, supostamente, as vacinas nunca foram testadas na população chinesa. Confira:

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“Longe de qualquer discussão política eu moro na China a quase 2 anos… Aqui não teve não tem e não haverá vacina… Tudo voltou ao normal muito rápido com uma recuperação rápida de quem supostamente foi contaminado pouco mais de 4000 mortes e não há sinal de nenhuma vacina… Porque para o Brasil tem? Muito difícil de entender… Somente orientei a família e amigos para não tomar vacina alguma ( não devido a ser chinesa) mas sim a não tem comprovação alguma e tb por não ter sido testada aqui na própria China…”.

China não teve, não tem e não terá vacina e todo mundo se curou lá?

A informação fez bastante sucesso nas redes sociais, especialmente, no Facebook (de onde saiu). A mensagem já foi compartilhada dezenas de vezes e deixou muita gente preocupada. Apesar disso, a história não tem nada de real.

Basta ler o texto para perceber as inconsistências. A publicação segue aquele velho roteiro de fake news na internet e possui caráter vago, bastante alarmista, tem erros de português (como o “a dois anos”) e não cita fontes confiáveis.

Além disso, nas últimas semanas, o que mais temos desmentido por aqui são informações falsas relacionadas à vacina. Desde o início da pandemia, a equipe do Boatos.org já desmentiu inúmeras fake news sobre as vacinas contra a Covid-19 e todos os desmentidos sobre o assunto podem ser vistos aqui.

Resolvemos, então, buscar por mais informações sobre o tema e descobrimos que a história não faz o menor sentido. Primeiro, porque uma das vacinas mais promissoras até o momento, a CoronaVac, é o resultado de uma parceria entre o laboratório farmacêutico chinês Sinovac e o Instituto Butantan, no Brasil. A farmacêutica Sinovac já é bastante conhecida no mundo da saúde. Ela foi a responsável pelo desenvolvimento de diversas vacinas, como a da hepatite A, da gripe e da H1N1.

Se isso não fosse suficiente, todos os testes realizados durante o estudo da vacina CoronaVac tiveram a participação de voluntários chineses. Durante a Fase 3 de testes em humanos, a vacina foi aplicada em mais de 50 mil chineses.

Além disso, a China já fechou diversos acordos de produção de vacinas desenvolvidas em outros países, como a vacina de Oxford (na Inglaterra e Suécia) e a BioNTech (na Alemanha). Isso só prova que, ao contrário do que aponta a história, a China terá sim uma imunização no país.

A tese de que o país chinês não teve e não tem vacina também cai por terra. Desde o final de agosto de 2020, a China já distribui vacinas (que foram aprovadas em caráter emergencial) para sua população. Com isso, milhares de chineses já foram vacinados com imunizantes que ainda estão em fase de testes.

Se isso não bastasse, essa história de que “todo mundo que ficou doente se curou” é o puro conto da Carochinha. A China foi um dos primeiros países a sofrer com a pandemia e a letalidade, na época, foi altíssima. Atualmente, o país conta com cerca de 81 mil casos recuperados e quase 5 mil mortos, o que coloca a média de mortes no país em 5%. A título de comparação, nos Estados Unidos (um dos países mais afetados pela pandemia), essa média fica em 4%. A média mundial é de 3%.

Vale ressaltar que a China apenas controlou a doença após a implementação de diversas medidas protetivas, como o lockdown, o uso da máscara e a testagem em massa.

Por fim, esse “papinho” de que as pessoas não deveriam se vacinar contra a Covid-19, além de antigo, é completamente irresponsável e perigoso. Já cansamos de falar aqui, mas vamos repetir: o desenvolvimento de uma vacina passa por diversos estudos e testes e, caso alguma coisa não funcione e não posso ser consertada, a vacina não chegará ao público. Ou seja, se uma vacina é oferecida ao público, é porque, além de eficaz, ela é segura. Relembre o que escrevemos:

Vale ressaltar que para uma vacina ser aprovada, ela precisa passar por diversas etapas de estudos, testes e aprovações. Nada acontece de um dia para o outro. Basicamente, para chegar ao mercado, uma nova vacina precisa ser aprovada nos testes laboratoriais (in vitro), em animais, em humanos (para identificar a segurança e reações adversas), em humanos (para comprovar a eficácia em um grande número de pessoas) e, por fim, na liberação pela agência de saúde responsável (no caso do Brasil, a Anvisa). Ou seja, há um longo processo até a vacina, de fato, ser aplicada na população. Além disso, se a agência de saúde responsável pela liberação não achar que a vacina é segura, ela pode decidir por não liberar o uso do imunizante.

Em resumo: a história que diz que a China não teve, não tem e nunca terá vacina, além de todos os infectados terem se recuperado é falsa! A China não só está vacinando sua população, em caráter emergencial, com vacinas que ainda estão em fase de testes como também já firmou acordos para a produção de outras vacinas em território chinês, como a vacina de Oxford e a BioNTech. Por fim, uma parte dos infectados por Covid-19, na China, acabaram, infelizmente, morrendo. O país acumula uma média de mortes de 5% (maior do que a média mundial, que fica em 3%). Ou seja, a história não passa de balela. Até a próxima!

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99458-8494.

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