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Velório de Paulo Gustavo no Theatro Municipal prova que pandemia é uma farsa #boato

Velório de Paulo Gustavo no Theatro Municipal prova que pandemia é uma farsa, diz boato (Foto: Reprodução/Facebook)

Boato – O fato de o humorista Paulo Gustavo ter sido velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro prova que a Covid-19 não existe e a pandemia é uma farsa.

Negacionista é assim: você pisca e eles estão inventando um novo motivo para “provar” que não existe pandemia, que não tem ninguém morrendo e que a Covid-19 é só uma enganação. O último motivo perpassa pela morte do humorista Paulo Gustavo.

Um texto que está circulando em redes sociais aponta que a morte de Paulo Gustavo “provou” que a pandemia é uma farsa. O motivo seria o “velório” do ator no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Isso porque, de acordo com o texto, mortos por Covid-19 não podem ser velado. Leia o texto que circula online:

E aqui é o País da enganação ! O corpo do ator Paulo Gustavo vai ser velado no teatro municipal Como assim ? As vítimas de Covid não tem que ser embaladas, urna funerária lacrada e sepultada às pressas com poucas pessoas? Tantas famílias tiveram q enterrar seus entes queridos, sem ter nem mesmo velório … Acorda, Brasil. A pandemia é uma FRAUDEMIA !!! https://www.google.com.br/amp/s/www.terra.com.br/amp/diversao/gente/velorio-de-paulo-gustavo-sera-no-teatro-municipal,428da925ec6aa347ea79cbaa8355e6bao56iaew6.html

Velório de Paulo Gustavo no Theatro Municipal prova que pandemia é uma farsa?

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Apesar de o texto ter se espalhado pela internet, não são poucos os motivos que apontam que o texto não passa de mais uma ilação. Além de estar repleto de informações falsas, ele aponta para uma relação que não se sustenta.

Vale lembrar que não é a primeira vez que informações falsas estão sendo utilizadas como “prova” de que a pandemia é uma farsa. Já desmentimos histórias relacionadas a falsos óbitos por Covid-19, testes de “coisas” que provariam que o vírus está em tudo, depoimentos de médicos negacionistas e até uma carta cheia de bobagens “direcionada” a Bolsonaro.

Assim como nos outros casos, a mensagem tem argumentos frágeis e errados. O primeiro é o que aponta para o “velório” de Paulo Gustavo no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Apesar de informações preliminares terem apontado que o local seria palco de uma cerimônia de despedida do ator, não foi feita cerimônia no local.

O que houve foi um oferecimento do local para a cerimônia. Porém, a família não utilizou o local para o velório. O que houve foi uma breve cerimônia no Cemitério Parque da Colina (em Niterói) antes da cremação do corpo no local.

Além do erro no local do velório, a mensagem também erra ao aferir que a pandemia não existe porque foi feita uma cerimônia. Na realidade, há uma interpretação errada dos procedimentos em relação ao protocolo por mortes por Covid-19.

Dois são os motivos que fizeram com que vítimas de Covid-19 fossem enterradas em breve cerimônias e sem velório. Um deles foi circunstancial. No momento em que o número de mortes atingiu o ápice no Brasil, os serviços funerários foram interrompidos (não só para mortes por Covid-19 como também para outras doenças) para evitar aglomerações e um colapso funerário.

O outro é de saúde. É fato que o protocolo para vítimas da Covid-19 é que se evite velórios por causa do risco do vírus ainda estar no corpo da pessoa. Porém, o caso de Paulo Gustavo é um pouco diferente.

Como a morte ocorreu quase dois meses após a infecção, o coronavírus já não estava no corpo do ator. Como mostram alguns protocolos, mortes por complicações por Covid-19 podem, mediante autorização médica, ter um velório com medidas restritivas.

O fato de ter existido velório nem de longe denota que a Covid-19 não teve influência na morte de Paulo Gustavo. Como em muitos outros casos, a infecção acarretou em outros problemas de saúde que acarretaram na morte. Sendo assim, o óbito entra, sim, na seara das complicações por Covid-19.

É importante citar que, ao contrário do que sugere a mensagem (que há uma supernotificação de mortes), o que estudos baseados por mortes por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) no Brasil em 2020 mostram que há uma provável subnotificação de óbitos pela doença (que pode chegar até a 30%).

Resumindo: nem o velório de Paulo Gustavo foi no Theatro Municipal do Rio de Janeiro tampouco o fato de ter sido realizada uma cerimônia denota que a pandemia é uma farsa. A morte dele e de tantos outros foram, sim, causadas por Covid-19 e nada tem a ver com uma “mentira mundial”.

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de leitores do Boatos.org. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook e WhatsApp no telefone (61)99177-9164. 

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