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7 boatos relacionados ao consumo de carne, peixe e frango

Enquanto as divergências entre quem come carne e quem não crescem, os boatos ganham a cena. Separamos 7 histórias sobre o tema para você.

Nós, seres humanos temos ideais, e isso nos divide em grupos. Quem acredita mais nisso se junta àqueles que pensam da mesma forma, enquanto quem acredita naquilo compartilha semelhanças com os que também acreditam. Claro, isso não deveria ser motivo para grandes problemas, mas acaba criando conflitos, dos mais sérios aos mais banais.

E entre esses conflitos, está a batalha constante entre quem come carne e quem não. Na internet, chove argumentos a favor do consumo e contra ele, e entre os tantos quem toma a cena são os boatos utilizados para “convencer” ambas as partes. Separamos uma lista de histórias relacionadas ao consumo de carne, peixe e frango que já bombaram por aí. Confira:

1 – É a vaca louca

Talvez não tenhamos exemplo melhor de boato que apareceu do nada para induzir a galera ao pânico quanto a recente história de que no Rio de Janeiro estava começando uma epidemia de vaca louca.

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Pois foi isso, no início de março começaram a espalhar nas redes sociais que o consumo de carne deveria ser cessado imediatamente porque o país estaria sofrendo com inúmeros casos de vaca louca. E pior, o governo estava escondendo tudo.

Entre as especulações, é claro que a realidade era bem diferente. Na verdade, quatro pessoas (e não um exército de gente) ficaram doentes por adquirirem DCJ. Acontece que a doença popularmente conhecida como “vaca louca” é uma variante da DCJ, tecnicamente chamada vDCJ.

Não houve no Brasil, até hoje, nenhum caso confirmado de vDCJ, ou seja, não há registros de doença da vaca louca no país. O que ocorreu foi uma confusão de termos gerada por uma falha da mídia quando noticiou os quatros casos no Rio de Janeiro e um telefone sem fio no WhatsApp que espalhou mais uma mentira. Leia mais sobre o boato aqui.

Confira o desmentido em vídeo

2 – Carne com câncer está espalhando vaca louca

Como dizem que quando se abre a porteira estoura a boiada, claro que as histórias sobre vaca louca no Brasil não pararam. Uma semana depois da balela acima ter aparecido, começou a circular na internet um vídeo (muito nojento por sinal) mostrando supostamente carne bovina com câncer.

As imagens mostrando tumores com pus vinham narradas por uma pessoa aleatória dizendo que vender a carne naquele estado era o que estava causando a doença da vaca louca nas pessoas.

Depois de várias pesquisas em manuais pecuários e da Vigilância Sanitária, descobrimos que as imagens não mostravam carne com câncer, mas sim com abcessos, geralmente causados por reações a vacinas e mau manejo dos animais.

Obviamente que carnes nesse estado não devem ser vendidas e a fiscalização pesa em cima, mas também sabemos que frigoríficos e abatedouros ilícitos existem. O fato é que também não há qualquer relação entre os abcessos e a doença da vaca louca. Juntaram duas mentiras em um mesmo boato só para apavorar a galera. Leia mais sobre o boato aqui.

3 – Carne processada e animais triturados

Na segunda metade de 2015 começou a se espalhar na internet um vídeo chocante sobre como a carne processada era feita. As imagens fortes mostravam animais de grade porte, como vacas, bois e cavalos sendo jogados em um triturador gigante. Nada bonito de se ver.

O vídeo também mostrava uma parte do processo de produção das salsichas (carne processada) e afirmava que os animais mortos no início serviam para isso. Era nojento e assustador, afinal estaríamos consumindo restos de animais triturados.

Foi aquele escândalo na web, gente xingando para todo lado, mas o que a maioria não sabia era que o vídeo na verdade mostrava o descarte de animais mortos. Para isso servia o triturador gigante. Além disso, as imagens, poucos meses antes tinham sido compartilhadas (erroneamente) para afirmar que os hambúrgueres eram feitos dessa forma.

No fim, carne processada ficou provado que carne processada não é feita de animais inteiros triturados num moedor gigante. Leia mais sobre o boato aqui.

4 – Hambúrgueres de carne de cachorro

Muita gente tem verdadeira paixão por fast-food, é fato. Bem por isso, pensem o tamanho da comoção quando uma sequência de fotos e um legenda polêmica começaram a circular na internet afirmando que o McDonalds utiliza carne de cachorro nos hambúrgueres.

As pessoas surtaram, gente de um lado dizendo “eu sabia” e do outro dizendo “é mentira”, a confusão foi generalizada. O que desavisados não sabiam é que as fotos utilizadas para ilustrar a “denúncia” estavam fora de contexto. A imagem de cachorros mortos e sem pelo, por exemplo, era do Wikipedia, no artigo que explica o comércio de carne de cachorros.

A foto de homens em um abatedouro de cachorros era do Vietnã (onde o consumo de carne de cachorro é comum). E uma foto do Procon que supostamente comprovava que o órgão tinha descoberto a carne de cachorro era de uma notificação que fizeram em SC por causa da venda de lanches com brindes.

Ou seja, juntaram fotos para criar um quebra-cabeça assustador, e falso. Ficou provado que o McDonalds não utiliza carne de cachorro nos lanches. Leia mais sobre o boato aqui.

5 – Carne de cavalo é melhor

Ainda sobre restaurantes fast-food, também circulou com força na internet a notícia de que o Burger King teria admitido que usa carne de cavalo em seus lanches. A história abalou os amantes da casa e dividiu opiniões, claro.

Acontece que, como grande parte dos boatos, o que sucedeu foi uma apropriação errada de informações. Em 2013 o Burger King admitiu que os hambúrgueres poderiam estar contaminados com DNA de cavalo por falhas no processo realizado pela empresa fornecedora de carne. Após demitir a fornecedora, o Burger King fez um recall, mas nada foi encontrado nos hambúrgueres analisados.

Mesmo assim, anos depois as pessoas transformaram o “admitir” da franquia sobre a carne de cavalo e fizeram parecer que eles assumiram utilizá-la nos lanches. Porém, isso nunca acontece de fato. Leia mais sobre o boato aqui.

6 – Frangos cancerígenos

Quem gosta de comer frango também não ficou de fora da onda de boatos sobre alimentos. Em 2016 a história de que 75% dos frangos contém arsênico, uma substância cancerígena, assustou as pessoas por aí.

A notícia foi replicada em vários sites brasileiros e mencionava que em um estudo realizado pela FDA (órgão que qualifica os alimentos nos EUA) em frangos havia sido encontrado arsênico na carne dos animais. No entanto, o que as notícias não divulgaram é que a pesquisa ocorreu anos antes, com uma quantidade minúscula de frangos (apenas 100) e que haviam sido tratados com uma substância específica.

A tal substância da empresa farmacêutica Pfizer realmente deixou rastros de arsênico nos frangos testados, mas em quantidade mínima que a própria FDA afirmou não gerar risco. O órgão fiscalizador ordenou a retirada da sustância do mercado de qualquer forma, e reafirmou que não havia risco no consumo de frangos.

Logo, utilizaram uma pesquisa antiga e fora de contexto para espalhar resultados que não condiziam com a realidade. Coisa de boateiro mesmo. Leia mais sobre o assunto aqui.

7 – Os males do peixe-panga

Se você achou que carne de peixe ficaria fora do balaio se enganou feio. Pois nem os pescados escapam dos boatos sobre alimentos e males do consumo de carne. Essa história de 2014, por exemplo, dá conta dos riscos causados pelo consumo do peixe-panga.

Semelhante ao bagre e bastante consumido nos últimos anos, o peixe é oriundo do Vietnã e segundo as “denúncias” faz mal por que provem de rios muito poluídos e, portanto se alimenta de coisas nojentas que continuam no peixe na hora do consumo.

Porém, como acontece com qualquer produto importado, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento fiscaliza não só a entrada dos produtos como também a origem. Logo, não passaria pela fiscalização qualquer sinal de que o peixe não presta. Dá para comer a vontade, e ler mais sobre o boato aqui.