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Informação falsa: marido de Marina Silva é traficante de mogno

Boato diz que marido de Marina Silva é traficante de mogno
Boato diz que marido de Marina Silva é traficante de mogno

Boato – Fábio Vaz de Lima responde processo por ter contrabandeado 6 mil toras de mogno na Amazônia no ano de 2003.

Após a morte de Eduardo Campos, a campanha eleitoral no Brasil começou, literalmente, a pegar fogo. Dilma, que liderava as pesquisas de intenção de votos, começou a ser ameaçada por Marina Silva. A candidata substituta de Campos também passou Aécio Neves, que até então estava em segundo lugar.

O crescimento de Marina fez com que ela também se tornasse alvo de acusações na internet. Uma dessas acusações dá conta de problemas na Justiça de Fábio Vaz de Lima, marido da presidenciável.

Textos que circulavam na internet relembram um episódio no Senado no ano de 2011. Durante a discussão do Código Florestal, que Marina era contra, o Senador Aldo Rebelo apontou que Fábio Vaz de Lima teria feito uma doação irregular de mogno. Leia um dos textos:

Vídeo: é falso que Ivermectina cure dengue, Covid e câncer

EXCLUSIVO! MARINA E O CASO DAS 6.OOO TORAS DE MOGNO!

MARIDO DE MARINA SILVA FOI DENUNCIADO PELO DEPUTADO ALDO REBELO POR CONTRABANDO DE MADEIRA AVALIADA EM R$ 8 MILHÕES! Na foto Marina aparece com o seu marido Fábio Vaz de Lima.

Outra versão do texto:

O marido de Marina Silva, Fábio Vaz de Lima, foi acusado de contrabandear 6 mil toras de mogno, avaliadas em R$ 8 milhões. A questão foi reacendida durante sessão plenária, na votação do Código Florestal, em 10 de maio de 2011, por Aldo Rebelo. Na época, Fábio quase foi chamado a depor, mas o partido deu um jeito de isso não acontecer (Marina era do PT na época). Assista ao vídeo:

A acusação é gravíssima e poucos links explicam a realidade da história. Por isso, vamos aos fatos. O primeiro é que realmente houve acusação por parte de Aldo Rebelo contra o marido de Marina. O vídeo (ao contrário de outros na internet) não é uma montagem.

Para entender: a acusação era relativa à doação de 6 mil toras de mogno a uma ONG chamada FASE em 2003. A FASE vendeu as toras a uma madeireira por R$ 3,5 milhões. O furo estaria no valor declarado das toras: R$ 8 milhões em vez dos R$ 36 milhões apontados pelo TCU. Em 2011, Rebelo afirmou que o PT “deu um jeito” para Fábio não depor no processo. Tudo a pedido de Marina.

Esclarecida a acusação, vamos ao segundo ponto. Dias após fazer a acusação, Rebelo admite que “pegou pesado” com Marina Silva. Ele apontou que sabia do caso apenas pela imprensa e disse, à época, que conversaria com a atual presidenciável para esclarecer maus entendidos.

Em relação ao fato de Fábio Vaz de Lima ser traficante de madeira, a Justiça aponta que a acusação é falsa. Depois das denúncias de Aldo Rebelo (que inclusive renderam matérias na imprensa como esta da revista Veja), Marina Silva pediu para o MPF apurar o caso. Em 2013, o então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, arquivou o processo.

O principal argumento da defesa e que foi decisivo no processo era que Fábio não era mais responsável do órgão acusado quando o caso ocorreu em 2003. Fábio deixou de ser presidente da FASE em 1999. Sem provas, o processo contra Fábio acabou sendo arquivado.

Resumindo: a história de que o marido de Marina Silva era um contrabandista de madeira não só foi desmentida pela Justiça como também pela própria pessoa que fez o boato ganhar corpo, o então senador Aldo Rebelo.

Observação: Fábio teve seu nome incluso em outro processo. É um processo que o acusa de improbidade administrativa no Maranhão. Além de Fábio, Roseana Sarney também teve o nome incluso no processo. O marido de Marina Silva se defende dizendo que o seu nome foi incluso em uma ata “por engano”.

PS: esse artigo foi uma sugestão dos leitores 

Eunice Avanci de Souza e Edi e contou com a ótima ajuda de Rodrigo Gomes da Paixão e Thiago Ventura no Fórum do Boatos.org no Facebook. Se você quiser sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site ou pelo Facebook.