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Análise do boato: Gunther Schweitzer denuncia que Brasil vendeu a Copa

Boato – Mensagem assinada por Gunther Schweitzer aponta para grande esquema armado para o Brasil entregar a Copa do Mundo.

Na semana em que o Brasil perdeu para a Alemanha por 7 a 1 só se fala em supostos esquemas de que o Brasil teria vendido a Copa do Mundo. Entre diversas mensagens que aparecem na internet, uma chama muito a atenção. Trata-se de um texto assinado por Gunther Schweitzer e que aponta para valores.

O Boatos.org já desmentiu a história neste link. Ou seja, você sabe que tudo não passa de uma balela. Também já vimos a figura do Gunther Schweitzer aparecer em outros textos sobre compra e venda dos resultados. Só para citar dois: o Brasil na Copa de 1998 e a Espanha na Copa deste ano. Agora, vamos fazer uma análise total de elementos que permeiam este boato, que deve aparecer novamente daqui a quatro anos (ou antes).

Assista ao nosso desmentido em vídeo

Quem é Gunther Schweitzer

Muitas mensagens que circulam na internet apontam para pessoas que nunca existiram. Voltando a mais um exemplo do Boatos.org, teve um hoax que citava um tal de Fritzburg Weisefüder. Não é o caso de Gunther Schweitzer. Ele é um paulistano, personal trainer e que tem uma empresa que realiza eventos esportivos.

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Não foi ele que escreveu a mensagem. De acordo com essa reportagem do Terra, ele trabalhava na Volkswagen na época em que recebeu o e-mail da teoria da conspiração da Copa de 1998. O que ele fez foi reencaminhar e colocar a assinatura. A partir daí, foi trocada a função por “Central Globo de Jornalismo” ou “ESPN”.

Gunther diz que nunca sofreu por causa da mensagem e que também não jamais trabalhou como jornalista ou na Globo. Porém, ele diz não duvidar que haja manipulação de resultados em jogos de futebol.

Como nasceu o boato da venda da Copa pelo Brasil

Quem acompanha o Boatos.org consegue ver que os boatos na web são, algumas vezes mutáveis. Ou seja, um texto faz sucesso e é desmascarado. Aí é modificado e faz sucesso novamente. Mais ou menos como um vírus da gripe.

A história da venda da Copa assinada por Gunther Schweitzer já falou das seleções do Brasil de 1998, do Corinthians na Libertadores de 2013, da Espanha na Copa das Confederações de 2013, da Espanha na Copa de 2014 e no Brasil da Copa de 2014.

O que há em comum em todas as mensagens é a estrutura da história. Sempre mantém algumas frases impactantes, enredo e, claro, a assinatura do Gunther Schweitzer. Por isso, fica fácil mostrar quais são as partes que mudam ou não no texto.

Partes da mensagem da venda da Copa pelo Brasil

O texto começa sempre da mesma forma. Falando, de forma explícita do “escândalo que todo mundo suspeitava”. A única coisa que muda no título é o torneio que se trata. No início do texto, há sempre o personagem indignado com tudo. No caso do boato do exemplo, é Thiago Silva. Mas já vimos Daniel Alves, Maxwell, Piqué e Leonardo fazerem parte da lista.

COPA 2014 – DIVULGADO O ESCÂNDALO QUE TODO MUNDO SUSPEITAVA! Talvez, isso explique a razão do jogador Thiago Silva ter declarado a seguinte frase: ‘”Se as pessoas soubessem o que aconteceu na Copa do Mundo de 2014, ficariam enojadas!”. Todos os anti-nazistas ficaram chocados e tristes por assistir a maneira como o Brasil perdeu a Copa. Não deveriam.

O texto também sempre cita o tal de Wall Street Journal of Américas (jornal que não existe). No caso do parágrafo abaixo, a Gazzeta Dello Sport foi substituída pela Veja. Fora isso, tudo igual em todos os textos.

O que está exposto abaixo é a notícia em primeira mão que está sendo investigada por rádios e jornais de todo o Brasil e alguns estrangeiros, mais especificamente Wall Street Journal of Americas e a VEJA e deve sair na mídia em breve, assim que as provas forem colhidas e confirmarem os fatos.

Aí, as variações são de hora, local e personagens. A única pessoa que sempre se mantém na lista é o senhor Ronald Rhovald (que não existe e, no máximo, deve ser um alter ego de Ronaldo e Rivaldo). Os valores citados se mantém também nos boatos.

Fato comprovado: O Brasil VENDEU a copa do mundo para a Fifa. Os jogadores titulares brasileiros foram avisados, às 08:00 do dia 4 de Julho (dia do jogo de quartas de final), em uma reunião envolvendo o Sr. José Maria Marin (na única vez que o presidente da CBF compareceu a uma preleção da seleção), o Técnico Luis Felipe Scolari, o Sr. Carlos Alberto Parreira, supervisor da seleção, e o Sr. Ronald Rhovald, representante da patrocinadora Nike. Os jogadores reservas permaneceram em isolamento, em seus quartos ou no lobby do hotel.

A princípio muito contrariados, os jogadores se recusaram a trocar o hexa-campeonato mundial por um grande valor em dinheiro. A aceitação veio através do pagamento total dos prêmios, US$70.000,00 para cada jogador, mais um bônus de US$400.000,00 para todos os jogadores e integrantes da comissão, num total de US$ 23.000.000,00 vinte e três milhões de dólares) através da empresa Nike.

Claro que a lista de estrelas da Nike também mudam com o passar do tempo. Em 1998, eram Ronaldo, Raul da Espanha, Batistuta da Argentina e Roberto Carlos. Em 2014, Neymar, Rooney, da Inglaterra, Batistuta, Sneijder, da Holanda e Dempsey. Detalhe: o boateiro se distraiu e manteve Batistuta na lista.

Além disso, os jogadores que aceitarem o contrato com a empresa Nike nos próximos 4 anos terão as mesmas bases de prêmios que os jogadores de elite da empresa, como o Neymar, Rooney, da Inglaterra, Batistuta, Sneijder, da Holanda e Dempsey, dos Estados Unidos.

Também sempre tem a pessoa da revolta. Em 98, foi Ronaldo. No boato da Espanha, foi Xavi. E no de 2014, claro, Neymar é a pessoa que simulou uma fratura na vértebra após ser ameaçado de perder o patrocínio.

Mesmo assim, Neymar se recusou a jogar, o que obrigou o técnico Felipão a escalar o jogador Bernard, dizendo que Neymar estava com problemas simples nas costas (em primeira notícia divulgada às 15:30 no centro de imprensa) e, logo depois, às 16:15, alterando o prognóstico para quebra de vértebra).

A sua situação só foi resolvida após o representante da Nike ameaçar retirar seu patrocínio vitalício ao jogador, avaliado em mais de US$90.000.000,00 (noventa milhões de dólares) ao longo da sua carreira.

Aí a história é sempre a mesmo. Só o que muda é o mandatário da Fifa e da CBF. Mas vamos combinar que isso nunca muda, né. O que também não muda é a participação do nosso amigo Gunther.

Assim, combinou-se que o Brasil seria derrotado durante a cobrança de pênaltis, porém a apatia que se abateu sobre os jogadores titulares fez com que a Alemanha, que absolutamente não participou desta negociação, marcasse, em cinco falhas simples do time brasileiro, os primeiros gols.

O Sr. Joseph Blatter, presidente da Fifa, cidadão franco-suíço, aplaudiu a colaboração da equipe brasileira, uma vez que o campeonato mundial trouxe equilíbrio à Alemanha num momento de crise jamais registrada naquele país, com crescente xenofobia e o reaparecimento do nazismo.

Garantiu, também, ao Sr. Ricardo Teixeira, através de seu tio, João Havelange, que o Brasil teria seu caminho facilitado para o hexa campeonato de 2018. Passem esta mensagem para o maior número possível de pessoas, para que todos possam conhecer a sujeira que ronda o futebol! Desde, já agradeço, Um abraço.G unther Schweitzer Central Globo de Jornalismo*

Resumindo a história: o Brasil não vendeu a Copa e todo esse enredo (muito bem criado) vai se espalhar de tempos em tempos e em derrotas inexplicáveis no futebol. O que você vai ter que fazer, na realidade, é ignorar a mensagem do Gunther. Ou se divertir com a teoria da conspiração da venda da Copa do Mundo.

2 comentários em “Análise do boato: Gunther Schweitzer denuncia que Brasil vendeu a Copa”

  1. Eu não acredito nesse e-mal, mais esse jogo no minimo foi estranho,uma seleção brasileira nunca levaria 4 gols em 6 minutos ,são jogadores acostumados a grandes decisões ,os jogadores estavam desmotivados ,os jogadores brasileiros nem queriam tirar a bola da Alemanha ,os 7 gols foram como uma forma de protesto.

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