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Bala com chumbinho da Baleia Azul é entregue em escola, alerta “tia” #boato

Boato – A tia Simone da perua alerta que uma bala com chumbinho foi entregue na porta da escola Franklin por causa da Baleia Azul.  

E lá vamos nós desmentir mais uma história relacionada ao jogo da Baleia Azul. Dentre todos os boatos relacionados à história, um dos que mais chamou atenção na internet era o da carta de Lucas, que disse que tinha que matar 30 crianças envenenadas. Como era de se imaginar o alerta era falso. Porém, uma nova história voltou a chamar atenção.

Um texto que circula por WhatsApp e Facebook dá conta que a “tia Simone” da “perua” teria lançado um alerta. Um homem teria entregue balas cheias de chumbinho para uma criança na porta da “Escola Franklin” por causa do desafio da Baleia Azul. Leia texto que circula online:

Boa tarde aqui é Tia Simone da perua. Minha monitora Yasmin ao pegar as crianças no Franklin uma das crianças pegou uma bala e disse que tinha ganhado e ao ganhar o menino disse que a bala era especial. Como esta acontecendo esse negócio de baleia azul é realmente verdade. Minha monitora desconfiou do “presente” e pegou a bala , abriu a bala e jogou na água e quando ela pegou a bala inchou pois estava cheio de chumbinho. Essas são as foto que ela tirou oriente as crianças a não aceitar bala de ninguém , nem mesmo conhecido. Principalmente em escolas e redondezas. Repasse isso aconteceu na escola Franklin aqui em Vicente de Carvalho.

Tia alertou que Bala com chumbinho da Baleia Azul foi entregue em escola?

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Apesar de a gente e mais uma dúzia de sites termos desmentido o boato do menino que ia matar 30 crianças por causa da Baleia Azul, esse novo boato voltou a viralizar. Mas será mesmo que o alerta é verdadeiro? Encontramos tantos furos na história que chegamos à conclusão de que é falsa.

Antes de seguir, precisamos fazer uma ressalva: com Baleia Azul ou sem Baleia Azul, deve-se orientar as crianças (e os adultos) a não aceitarem comidas de estranhos e muito menos comida que está no chão. Infelizmente, não dá para confiar no que não sabemos da procedência.

Dito isso, vamos à história. Para começar, o texto tem as principais características de boatos da internet. É vago, tem caráter alarmista e diversos erros de ortografia. Só faltou o pedido de compartilhamento para “completar o pacote”.

Ao pesquisar as informações, descobrimos que a “escola Franklin aqui em Vicente de Carvalho” fica no Guarujá. Tentamos achar alguma informação sobre denúncias a respeito de envenenamento e não encontramos nenhuma notícia sequer.

Mas e a foto que “comprova” a entrega das balas? Não, ela não é da “tia Simone”. Ela é de um caso que chamou atenção nos últimos dias. Dois meninos da cidade de Monte Carmelo encontraram balas no chão e comeram. Os dois acabaram no hospital, mas estão bem. No dia do envenenamento, foi tirada a foto que aparece no boato.

Aí você me fala: “Toma distraído. Então é verdade que há o desafio da Baleia Azul da bala envenenada”. Eu respondo: “Calma rapaz”. De fato, a polícia mineira investiga se há ligação do envenenamento com o jogo. Porém, não chegou à conclusão nenhuma ainda.

Tem mais: resolvemos procurar na internet se haviam casos de bala com chumbinho jogadas no chão antes dessa história de Baleia Azul. E a resposta é sim. Normalmente, o veneno em balas serve para matar animais de rua (principalmente cachorros). Duvida?

Em 2015, esse jornal do Rio Grande do Sul relatou que balas estavam sendo jogadas no parque da cidade para envenenar animais. A história se repetiu em Uberaba no ano passado. Em Mirassol (SP) aconteceu a mesma coisa. Ou seja, a história de envenenamento de animais é maior do que balas por causa da Baleia Azul.

Resumindo: o alerta da tia Simone que circula na internet é falso e usa uma imagem de outro caso. Além disso, ainda não há provas de que alguém esteja envenenando crianças por causa do jogo da Baleia Azul. Esperamos que as coisas continuem assim.

Ps.: Esse artigo é uma sugestão de diversos leitores via WhatsApp. Se você quiser sugerir um tema ao Boatos.org, entre em contato com a gente pelo site, Facebook ou WhatsApp no telefone (61) 99331-6821.