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Vídeo falso: Índios enterram crianças vivas com problemas mentais na Amazônia

Boato – Um documentário chamado Hakani  mostra as práticas de infanticídio que são praticadas por tribos indígenas na Amazônia no Brasil.

Um vídeo tem causado comoção nos últimos dias em redes sociais. Apesar de ter sido feito em 2008, um trecho do documentário Hakani tem causado revolta na internet. O vídeo de cerca de quatro minutos mostra uma criança indígena sendo enterrada por ter problemas físicos ou mentais.

O vídeo, que pode ser acessado aqui, é muito forte e mostra uma criança sendo enterrada viva por um índio adulto. Durante a filmagem, a criança reclama e pede para não ser enterrada. Mas tudo é em vão. Junto ao vídeo, a seguinte mensagem está sendo compartilhada.

Crianças com problema mental ou físico são enterradas vivas em tribos indígenas, IMAGENS FORTES (Veja Vídeo). Um vídeo mostrando crianças indígenas enterradas vivas na Amazônia está causando comoção e revolta nas redes sociais.

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A filmagem está sendo veiculada como verdadeira nas redes sociais, mas na realidade foi uma cena montada pelo diretor australiano David Cunningham. No próprio site oficial de Hakani (que é uma referência ao nome de uma índia que teria sido adotada por missionários evangélicos), há explicação de que a cena não é verdadeira.

De acordo com o site (que está em inglês), os índios que participaram da cena receberam cachê e a terra que foi jogada no rosto da criança indígena era, na realidade, bolo de chocolate. Ou seja, o vídeo não mostra uma situação real de uma criança enterrada viva.

Ok, chegamos à conclusão de que o vídeo é falso. Mas é importante citar que o documentário afirma ter criado a situação para alertar para um problema recorrente nas tribos amazônicas: o infanticídio. De acordo com o diretor, cerca de 20 etnias indígenas brasileiras ainda realizam o enterro de crianças com problemas físicos ou mentais, gêmeos e filhos de mãe solteira.

Esta matéria da revista Isto É datada de 2008 também denuncia o problema. A reportagem fala que a Funai faz vistas grossas para essa questão. A matéria conta a história de Amalé, um menino que foi enterrado vivo, mas se salvou.

Por outro lado, a Funai se defende dizendo que tenta alternativas ao sacrifício das crianças doentes em tribos indígenas. Uma dessas alternativas seria a adoção das crianças. Com certeza, o assunto gera muita polêmica. E apesar do vídeo ser falso, a situação é real em tribos brasileiras.

Esse texto foi sugerido pelo leitor Sandro Anderson. Para sugerir um tema para o Boatos.org, entre em contato com a gente pelo Facebook ou pelo site.